Depois da queda de 0,69% em janeiro, os preços administrados e monitorados por contrato voltaram a subir em Curitiba. Em fevereiro, a cesta de tarifas públicas fechou com alta de 0,12%, puxada pela gasolina, que apresentou aumento de 1,24% no preço. Com este resultado, as tarifas públicas acumulam no ano (janeiro e fevereiro) queda de 0,57% e, nos últimos 12 meses, queda de 0,38%. Os índices estão bem abaixo da inflação oficial do País, o IPCA, que acumula no ano alta de 0,88% e, nos últimos 12 meses, 3,02%. Os dados foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).
A gasolina foi o item que mais pressionou a inflação em fevereiro. Em Curitiba, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço médio do litro do combustível passou de R$ 2,42 em janeiro para R$ 2,45 em fevereiro. Segundo o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a alta se deve ao aumento do lucro dos revendedores, que passou de R$ 0,28 por litro em janeiro para R$ 0,35 – ou seja, acréscimo de 24,13%. Na distribuidora, o preço caiu 1,83%, passando de R$ 2,13 para R$ 2,09, em média.
A alta de 1,24% no preço da gasolina em Curitiba foi a segunda maior entre 16 capitais pesquisadas pelo IBGE. O maior aumento foi verificado em Goiânia (7,30%). Por outro lado, nove capitais tiveram queda no preço do combustível, com destaque para Porto Alegre, onde a gasolina ficou 5,27% mais barata.
Em relação ao preço, o litro da gasolina de Curitiba (R$ 2,45) é o terceiro menor do País; só perde para São Paulo (R$ 2,40) e para Belo Horizonte (R$ 2,31). O maior preço médio foi verificado em João Pessoa (R$ 2,73). Na comparação entre 31 municípios do Paraná, Curitiba tem a sétima gasolina mais barata. A de menor preço médio foi verificada em Campo Mourão (R$ 2,30) e a de maior em Castro (R$ 2,61).
Outro combustível que registrou alta em janeiro – embora não faça parte da cesta de tarifas públicas analisada pelo Dieese-PR e Senge-PR – foi o álcool, com o preço médio passando de R$ 1,52 para R$ 1,56, ou seja, aumento de 2,57%. Assim como ocorreu na gasolina, a alta do preço do álcool é atribuída ao aumento de 42% no lucro. ?Lucro, no caso, não é a margem de lucro, mas a diferença entre o preço da distribuidora e o do posto. Ou seja, em cima disso há outras despesas?, esclareceu Sandro Silva.
A alta de 2,57% no preço do álcool em Curitiba foi a segunda maior entre 16 capitais pesquisadas – a maior foi verificada em Goiânia (4,35%) e a menor variação ocorreu em Porto Alegre (-1,03%). Na comparação entre 31 municípios do Paraná, União da Vitória é o que apresenta o álcool mais caro (R$ 1,70) e Cianorte o mais barato (R$ 1,28). Curitiba ficou na 14.ª posição no ranking.
Outros itens
O custo das tarifas públicas só não foi maior em fevereiro por conta do gás de cozinha e do transporte coletivo, que registraram quedas de 0,29% e 0,44%, respectivamente. No mês passado, o custo com serviços públicos administrados para uma família curitibana foi de R$ 484,06.
Para março, a expectativa é que os preços administrados fechem em nova alta, de 0,42%. Na primeira semana do mês, os itens cujos preços variaram para cima foram gás de cozinha (alta de 0,33%), transporte coletivo (0,46%), gasolina (1,35%) e correio (6,74%), com o custo da carta simples passando de R$ 0,55 para R$ 0,60, ou seja, aumento de 9,09%. Segundo o economista do Dieese-PR, como o novo preço passou a vigorar no dia 9 de março, haverá impacto ainda na inflação de abril.