As tarifas públicas de Curitiba devem encerrar o ano de 2006 com índice abaixo de 1%. É esta a expectativa do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), que faz o acompanhamento dos preços administrados ou monitorados juntamente com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR). Até novembro, as tarifas públicas acumulavam alta de 0,52%.
De acordo com o economista Sandro Silva, do Dieese-PR, a queda no preço da energia elétrica (-7,26%), a pequena redução da telefonia (-0,44%) e o não reajuste de água e esgoto contribuíram para que os preços administrados tivessem uma variação baixa este ano. ?Foram três fatores importantes?, destacou o economista. Por outro lado, a gasolina foi o item que mais pressionou a inflação para cima, com alta acumulada de 6,89%. O táxi também teve aumento significativo (11,02%), mas tem peso menor na cesta de tarifas públicas.
Novembro
Em novembro, os preços administrados subiram 0,66% em Curitiba. A pressão veio principalmente da gasolina, que ficou 2,54% mais cara, com o preço médio do litro passando de R$ 2,48 em outubro para R$ 2,54. ?O principal motivo da alta é o aumento da margem de lucro dos postos?, apontou Sandro Silva. Conforme levantamento da Agência Nacional do Petróleo (ANP), desde setembro a gasolina ficou 9% mais cara (de R$ 2,33 para R$ 2,54). Nesse mesmo período, o lucro dos revendedores subiu de R$ 0,16 por litro para R$ 0,36 – aumento de 120%. ?Em setembro, o percentual de lucro realmente estava baixo (7%, contra a média de 10% a 11%), mas em novembro chegou a 16%, o mais alto da série histórica?, comentou o presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak.
A alta da gasolina em Curitiba foi a segunda maior entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese – a maior foi em Brasília (6,30%). Em 12 capitais, houve queda no preço. Entre 31 municípios do Paraná, Curitiba tem a 16ª gasolina mais cara do País (R$ 2,54). O maior preço médio foi encontrado em Paranavaí (R$ 2,643) e o menor em Campo Mourão (R$ 2,375).
Sem fazer parte da cesta de tarifas públicas analisada pelo Senge-PR e Dieese-PR, o álcool combustível teve variação de 3,49% no preço, passando de R$ 1,488 o litro em outubro para R$ 1,54. O preço é o terceiro menor do País, entre 16 capitais pesquisadas, atrás de São Paulo (R$ 1,20) e Goiânia (R$ 1,40). O maior preço está em Belém, a R$ 2,08.
Outros itens que pressionaram as tarifas públicas em novembro foram o óleo diesel (alta de 0,44%) e o transporte coletivo (0,60%).
Dezembro
Em dezembro, a estimativa baseada na primeira semana do mês aponta uma queda de 0,08%, puxada pelo transporte coletivo (-0,66%), gás de cozinha (-0,07%) e gasolina (-0,16%). Por outro lado, o pedágio da Ecovia – referência para a pesquisa – ficou 2,83% mais caro: a tarifa para um automóvel passou de R$ 10,60 para R$ 10,90. Como o novo preço entrou em vigor no último dia 4, o impacto na inflação de dezembro é de 2,56%.
Para o economista do Dieese-PR, o resultado do mês de dezembro vai depender quase exclusivamente da variação no preço da gasolina. ?Dificilmente o preço vai cair, em função do Natal?, apontou ele. Na semana passada, diversos postos da capital reduziram o preço da gasolina comum de R$ 2,55 para R$ 2,53. Esta semana, porém, alguns estabelecimentos já exibiam um novo valor na bomba: R$ 2,57.
