Foto: Aliocha Maurício/O Estado |
Sandro Silva e Ulisses Kaniak: pedágio e gás de cozinha foram os que mais pressionaram. continua após a publicidade |
No último mês de dezembro, a cesta dos serviços públicos de preços administrados por contrato e monitorados, no Paraná, ficou 0,18% mais barata, em relação ao mês anterior. Durante o ano de 2006, a variação acumulada desses gastos foi de apenas 0,34%. O índice não somente é muito inferior à inflação do ano -2,50% em Curitiba e 3,14% no Brasil – como também o mais baixo desde 1995. Os preços foram divulgados ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros no Estado do Paraná (Senge-PR).
De acordo com os órgãos, a família curitibana gastaria, no último mês de dezembro, R$ 486,83 com serviços públicos. No mês, os itens que tiveram variação positiva foram o pedágio – Ecovia 2,56%; Econorte Praça 2, 10,47%; Viapar Praça 5, 4,11%; Rodovia das Cataratas Praça 3, 6,90%; Caminhos do Paraná Praça 4, 1,79%; e Rodonorte Praça 5, 2,71%, – e o gás de cozinha, 0,36%. De acordo com o presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak, principalmente o aumento do gás não tem justificativa, por isso a pesquisa de preço é importante para o consumidor.
Já os itens que fizeram pressão para que o custo da cesta de serviços baixasse foram os combustíveis – o álcool, com queda de 1,04% em relação ao mês anterior; a gasolina com -0,75%; e o diesel com -0,22% -e o transporte coletivo, que teve redução de 0,66% no preço. Os demais serviços incluídos na cesta – água, esgoto, correio, telefone (fixo e móvel), energia elétrica e táxi – não sofreram variação em dezembro.
Ano
Na variação total de 0,34% em 2006, mais uma vez o gás de cozinhas (GLP) e o pedágio foram os itens que pressionaram para cima o preço da cesta de tarifas públicas do Paraná. No entanto, outros itens também registraram alta: a gasolina, no ano, registrou variação de 6,09%; o táxi (bandeira inicial) subiu 2,94% e a mesma tarifa, por quilômetro rodado, variou 14,29%; a telefonia móvel também ficou mais cara, a mensalidade do celular Banda ?A? (plano básico) teve variação de 5,01%, o minuto do VC1 para telefone fixo (plano básico) teve variação de 4,35% e o minuto do pré-pago registrou variação de 8,40%; já o pedágio teve no ano as mesmas variações de dezembro, com exceção da tarifa da Praça 5 da Rodonorte, que no ano registrou variação total de 4,61%.
Ainda no acumulado do ano, as tarifas que influenciaram na queda do preço da cesta de serviços públicos foram a energia elétrica (-6,47%), o álcool (-2,87%), o diesel (-1,46%), a tarifa de ônibus (-0,86%) e o telefone fixo (pulso local -0,43% e assinatura residencial, -0,45%). Como destaca o economista do Dieese-PR, Sandro Silva, a tarifa mínima de água e esgoto, e o correio não têm reajuste desde 2005.
Comparação
Além de divulgar os preços administrados e monitorados no Paraná no ano de 2006, o Dieese-PR também fez uma comparação entre os custos de julho de 1994 e dezembro de 2006. Segundo o órgão, a cesta de tarifas públicas que em 1994 custava R$109,58 hoje está R$ 468,83, ou seja, 344,27% mais cara, principalmente devido aos maiores aumentos no período: de telefone (877,56%), Correio (358,33%) e tarifa de ônibus (350%). Todos os aumentos foram superiores à inflação do período (IPCA), 205,01%.
O peso da cesta (nos gastos das famílias) em 1994, em Curitiba, era de 14,90%, hoje já representa mais de 32%. Como explica o economista, o índice duplicou em função do aumento do consumo e de serviços incluídos na cesta nesses sete anos.
A estimativa para janeiro de 2007 é de variação total de 0,22% no gasto com serviços públicos. Estão previstas altas para o pedágio (0,27%), gasolina (0,24%), álcool (4,33%), diesel (0,11%) e transporte coletivo (0,85%). Já baixa deve acontecer apenas no preço do gás de cozinha (-0,68%). As demais tarifas não devem sofrer reajuste.