O aumento da tarifa de ônibus pressionou a inflação de Curitiba no mês passado. O resultado foi variação positiva de 0,32% nos Preços Administrados e Monitorados por Contrato – o segundo mês consecutivo de aumento; em abril, a alta havia sido de 0,12%. Com esse resultado, os preços administrados acumulam no ano queda de 0,73% e, nos últimos 12 meses, queda de 1,77%. Os dados fazem parte da pesquisa divulgada ontem pelo Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Sócio-Econômicos, regional Paraná (Dieese-PR), em parceria com o Sindicato dos Engenheiros do Paraná (Senge-PR).
O reajuste de 5,55% na tarifa de ônibus em Curitiba – com o valor passando de R$ 1,80 para R$ 1,90 – foi aplicado no dia 23 de abril; o maior impacto na inflação, porém, foi sentido apenas no mês passado, de 4,74%.
?O aumento da tarifa de ônibus foi compensado pela queda no preço da gasolina?, ponderou o presidente do Senge-PR, Ulisses Kaniak. Segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP), o preço da gasolina caiu 4,11% em maio, com o litro passando de R$ 2,358, em média, em abril, para R$ 2,261 no mês passado. A redução se deve à queda da margem de lucro dos donos de postos de combustíveis da capital. Segundo a ANP, a margem passou de 9,07% em abril para 6,85% em maio.
Com isso, Curitiba segue com a gasolina mais barata entre 16 capitais pesquisadas pelo Dieese, com o litro a R$ 2,261, em média. Já Vitória (ES) exibiu o maior preço médio, a R$ 2,685. Quanto à variação, a queda de 4,11% foi a maior entre as capitais pesquisadas. Dentre as 16 pesquisadas, oito registraram queda, sete alta e uma não apresentou alteração. Em outra comparação – entre 31 municípios do Paraná -, Curitiba também apresentou a gasolina mais barata; a mais cara está em Castro, com o litro custando R$ 2,613. No Paraná, o preço médio da gasolina no mês passado era R$ 2,563 – o segundo menor do País.
Outro item que pressionou a inflação para baixo foi o gás de cozinha, que ficou 0,26% mais barato. Já o óleo diesel subiu 0,06%. O álcool combustível é outro item pesquisado pelo Dieese-PR e Senge-PR, porém não faz parte da cesta de tarifas públicas. Devido ao período de safra de cana-de-açúcar, o preço do álcool caiu 6,34% nas bombas de Curitiba, conforme a ANP.
Junho
Para junho, a estimativa é que haja novo aumento da inflação, de 0,38%, influenciado pela gasolina – que subiu 2,26% na primeira semana de junho. Por outro lado, o gás de cozinha ficou 0,03% mais barato, e o transporte coletivo deve ter impacto negativo de 0,17%, com a tarifa domingueira de R$ 1,00. Além disso, outras tarifas que devem subir no final deste mês – gerando maior impacto na inflação de julho, portanto – são a de telefone fixo e energia elétrica. Ainda não há anúncio oficial sobre os índices de aumento.
