Rio – Após sete meses de conturbadas negociações, a TAM assinou nesta quarta-feira o contrato de associação com a Varig para a criação da maior companhia aérea do País.
A reunião começou às 15h, com a presença de representantes das duas empresas e do Banco Fator, adviser da operação, e durou até as 17h. A Varig já havia assinado o acordo na semana passada. Castigada por uma dívida de mais de US$ 1,2 bilhão, a Varig entra na fusão com apenas 5 por cento das ações da nova empresa, que deve ser montada nos próximos seis meses. A participação da TAM ainda não foi definida, mas deve ficar em torno de 35 por cento. A definição ocorrerá após negociações com os credores, que também devem se tornar sócios.
“Quando a nova companhia for consolidada, vai ter perto de 50 por cento do mercado e cerca de 5,5 bilhões de reais de faturamento”, disse o analista Mauricio Levy, da Fama Investimentos. Após o acordo, o próximo passo será encaminhar o processo de fusão ao Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), que negociará formação da nova empresa com os credores, na maior parte, empresas do governo.
A Varig e a TAM estabeleceram prazo de 120 dias para a conclusão da associação entre as duas companhias. O prazo começou a contar a partir de ontem, dia em que as partes celebraram o contrato de associação. O documento não efetiva a operação, mas estabelece seus termos. Segundo as duas companhias, se for necessário, o prazo será prorrogado automaticamente por mais 90 dias.
As empresas esclarecem que, se efetivada, a associação consistirá na reunião de todas as atividades de transporte aéreo (exceto as operações com aeronaves cargueiras) da Varig, Rio Sul e Nordeste com as da TAM Linhas Aéreas. O fato relevante destaca que a associação se dará mediante aporte de bens, direitos e obrigações “diretamente relacionados com a atividade de transporte aéreo de passageiros” de Varig, Rio Sul e Nordeste. Do mesmo modo, o documento ressalta que a TAM S.A. deverá transferir à nova sociedade (a ser criada com a eventual associação) 100% do capital social da TAM Linhas Aéreas. A possível nova empresa também receberá 94,98% do capital social da TAM Mercosur, braço da TAM para a América do Sul.