Foto: Arquivo/O Estado
Região Metropolitana de Curitiba também tem excesso.

Os produtores da Região Metropolitana de Curitiba (RMC) são os que mais estão sofrendo com o excesso de produção de batatas. De acordo com o Departamento de Economia Rural (Deral), órgão vinculado à Secretaria de Estado da Agricultura, além de ser a região que mais produz batatas no Paraná (43% do total), a RMC já está terminando a colheita agora. A previsão é que se colha 423 mil toneladas de batatas até o final de fevereiro em todo o Estado. Este valor é 35% maior do que foi colhido na safra 2005/2006. Em função disso, o preço da saca de 50 quilos baixou de R$ 50 para R$ 7 entre as duas safras.

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?Em pouco mais de um mês, quando terminar esta safra, o preço deve subir. Mas como 95% dos produtores da RMC já colheram e o produto é perecível, não é possível esperar?, explicou o técnico do Deral, Dirlei Antonio Manfio. Este é o caso do produtor de Contenda, Tadeu Tokarski Borges. ?Eu já colhi cerca de 20 mil sacas e não ganhamos nada com a venda. Agora tenho que colher mais 20 mil, que vai apodrecer porque não vale a pena nem lavar para vender. Só vamos colher porque a terra é arrendada e somos obrigados?, contou. Segundo o produtor, que calcula um prejuízo de cerca de R$ 400 mil, o custo da colheita é R$ 3 por saca, quase metade do valor final pago ao produtor.

Borges chegou a enfartar depois que terminou a primeira fase da colheita por causa do desespero de não ver possibilidade de honrar as dívidas. ?Ano passado plantei milho e perdi R$ 70 mil. Daí todo mundo apostou na batata esse ano e aconteceu isso. Estou vendo as contas e não sei o que o fazer?, lamentou. ?Eu não sei como vou me recuperar. O governo que me ajudar eu agradeço?, desabafou.

O governo do Estado anunciou na última segunda-feira que vai permitir o acesso direto dos produtores às Centrais de Abastecimento do Paraná (Ceasas) de Curitiba, Maringá, Londrina, Cascavel e Foz do Iguaçu e que vai encaminhar um ofício ao Ministério do Desenvolvimento Social, solicitando recursos emergenciais para que os produtores possam participar do programa federal ?Compra Direta?.

Paraná

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De acordo com o Deral, a situação está complicada para a maioria dos produtores paranaenses. Manfio explicou que apenas a região de Ponta Grossa segundo maior produtor – com 19% do total – está sofrendo um pouco menos com a crise porque planta um produto de melhor qualidade já direcionado para a indústria. Além disso, ainda falta colher 25% da produção da região dos Campos Gerais. Em Guarapuava, que já colheu 60% da produção, as batatas começaram as ser doadas para evitar o desperdício.

Produtividade

Além do crescimento da área plantada, segundo Manfio a produtividade da safra 2006/2007 aumentou bastante. Na comparação com a safra passada, houve um crescimento de 31% (de 16,6 toneladas por hectare passou para 21,7 toneladas por hectare). Em Ponta Grossa, o aumento de produtividade foi de 16,3% e em Guarapuava, de 13,7%. 

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