O presidente da Associação Brasileira de Supermercados (Abras), Sussumu Honda, disse hoje que as vendas do setor devem reagir de forma mais consistente no segundo semestre deste ano. Segundo ele, a manutenção do consumo das famílias está garantindo a expansão das vendas nos supermercados, que no acumulado dos cinco primeiros meses do ano avança 5,36% em termos reais. “O segundo semestre, naturalmente, é o melhor período das vendas. Além disso, o cenário está mais positivo, influenciado pela manutenção dos níveis de emprego”, afirmou.
Honda acrescentou que a desoneração do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) de automóveis e eletrodomésticos da linha branca, por exemplo, de forma indireta contribuirá para o setor, pela manutenção dos empregos que a medida gera tanto na indústria quanto no comércio. “O ritmo de geração de empregos deve melhorar a partir de agora, contribuindo para a manutenção da renda, o que sustenta as vendas nos supermercados”, afirmou.
A entidade prevê para o próximo mês a revisão oficial da projeção de crescimento do setor em 2009, que atualmente está em 2,5%. O dirigente admite que o número pode ser revisado para algo acima de 5%, com base no desempenho acumulado dos supermercados até maio.
Segundo Honda, o valor da cesta Abras Mercado, que mede a variação de preços dos 35 produtos mais consumidos nos supermercados, após registrar alta de 2,24% em maio ante abril, pode desacelerar seu ritmo de crescimento. “O pico da alta deve ficar com o mês de maio.” No acumulado do ano, o valor da cesta avançou 1,5%. O resultado de maio, que superou o IPCA (0,47%), foi creditado, por Honda, a fatores localizados nas regiões Sul e Norte do País.
De acordo com o levantamento de preços, o valor da cesta na Região Norte subiu 4,61% em maio ante abril, puxado pela alta de 27% da batata e 17% da carne bovina. Já no Sul, que apresentou no período alta de 2,35%, os aumentos nos preços foram influenciados pelo leite longa vida (21,4%) e batata (20,1%). Entre maio e abril, foram registradas altas nos preços de 1,96% no Sudeste, de 1,31% no Nordeste e 0,71% no Centro-Oeste.
Honda comemorou ainda a manutenção da isenção do PIS/Cofins à cadeia do trigo, anunciada pelo governo, até o final de 2010. Segundo ele, a medida reduz, em média, 10% o preço do pão e, caso não fosse prorrogada, poderia proporcionar uma redução no consumo do produto. O dirigente cobrou ainda que os Estados, sobretudo os localizados na Região Nordeste, zerem o ICMS cobrado na cadeia do trigo, assim como já ocorre em outros Estados.
O dirigente descartou que a paralisação na comercialização de gado em áreas de desmatamento ilegal na Amazônia tenha causado desabastecimento do produto nos supermercados. Ele salientou ainda que os preços aos consumidores não sofreram reajustes em razão da medida e destacou o apoio da entidade à medida.