Supermercados do Paraná superam a crise

O setor supermercadista de Curitiba e Região Metropolitana cresceu, no primeiro bimestre do ano, mais que a média nacional. Enquanto o índice de vendas totais dos estabelecimentos curitibanos, descontada a inflação, foi de 6,64%, em relação ao mesmo período de 2009, a taxa do País ficou em 5,52%.

O bom crescimento da região é generalizado: na maioria das categorias de produtos, as taxas são melhores que as médias brasileiras. Os resultados animam o setor, que já projeta um crescimento real entre 10% e 11%, no ano.

O crescimento nominal do setor, em janeiro e fevereiro, no Estado, foi de 11,8%, na comparação com os mesmos meses do ano passado. Os destaques ficaram com os produtos perecíveis (9,5%) e eletrônicos (18,5%).

Os dados, medidos pela empresa de consultoria Nielsen Brasil a pedido da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), foram apresentados ontem, durante a 29.ª Feira e Convenção Paranaense de Supermercados Mercosuper 2010, que está sendo realizada até hoje, em Pinhais.

Os números do evento, de certa forma, também mostram o bom avanço do segmento: este ano, a área de exposição está 10% maior que no ano passado, e a projeção é de gerar mais de R$ 500 milhões em negócios cerca de R$ 100 milhões a mais que na edição anterior.

O presidente da Apras, Pedro Joanir Zonta, explica que o otimismo para este ano é baseado no bom avanço da economia do País, desde o ano passado. “Houve aumento na oferta de emprego e crescimento nos salários”, afirma.

Para ele, o reajuste no salário mínimo regional também terá uma influência positiva, já que as classes C, D e E, que sofrerão diretamente o impacto do aumento, devem consumir essa diferença a mais que receberão.

E é principalmente na chamada “nova classe C” que fabricantes e comerciantes estão voltando os olhos. Segundo o diretor de Atendimento ao Varejo da Nielsen Brasil, João Carlos Lazzarini, esse segmento, que ocupa cerca de 300 mil domicílios no Paraná, responde por cerca de 60% do crescimento do volume de vendas do setor. É, também, um público exigente, que não quer apenas produtos práticos, convenientes e saudáveis, mas também sofisticados e de qualidade superior.

Carona

Entre os 270 expositores, o otimismo também é grande. O grupo nordestino M. Dias Branco, especializado em biscoitos e massas e que detém a marca Isabela, é um dos que quer pegar carona nesse crescimento.

Para a gerente de Marketing da companhia, Tatiana Vidal, o mercado paranaense, mais consolidado, favorece investimentos, principalmente no Interior.

Segundo ela, produtos voltados à nova classe C são um bom caminho a ser explorado. “Qualidade que cabe no bolso. É o que essa classe está buscando”, diz.

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