Supermercados do Paraná projetam faturar R$ 6,8 bilhões

Os supermercados do Paraná projetam faturar R$ 6,8 bilhões em 2004, o que representa um incremento de 9,6% sobre a receita do setor no ano passado, enquanto no País, a expectativa da Associação Brasileira de Supermercados (Abras) é de estabilidade. “A safra de grãos está boa e a economia do Paraná está se desenvolvendo bem”, avalia o presidente da Associação Paranaense de Supermercados (Apras), Joanir Zonta. No ano passado, o segmento faturou R$ 6,2 bilhões, 14,8% acima do resultado de 2002 (R$ 5,4 bilhões). “O mercado mudou muito nos últimos oito anos. Houve um desenvolvimento grande em todas as regiões do Estado, tanto na abertura de novas lojas quanto na reforma e ampliação das já existentes”, conta Zonta.

Com 2,7 mil lojas de supermercados, o Paraná é o segundo estado em número de lojas por habitante. Há uma loja com dois ou mais check-outs para cada 4 mil habitantes. “O número de lojas vem crescendo junto com o faturamento”, destaca o presidente da Apras. Mesmo com uma quantidade elevada de estabelecimentos, os investimentos continuam, embora num ritmo menor que nos últimos dois anos.

Na próxima quarta-feira, às 8h, a rede curitibana Condor, presidida por Joanir Zonta, inaugura sua 21.ª loja, no bairro Champagnat. Será o quinto hipermercado do grupo e o segundo em Curitiba, com entradas pelas ruas Martim Afonso e Padre Anchieta. Com investimento de R$ 13 milhões, 60% financiado pelo BNDES e o restante com capital próprio, o empreendimento tem 5,4 mil metros quadrados de área de venda e 25 mil metros quadrados de área construída. O estacionamento tem capacidade para 600 carros. “Em Curitiba, a concentração é grande, mas temos que participar desse bolo. Nossa estratégia é ter uma loja para atender cada região”, afirma Zonta.

A loja, que vai funcionar das 8 às 24 horas, está gerando 400 empregos diretos, a maioria contratada pela Agência do Trabalhador e 1,6 mil indiretos. Segundo Zonta, o público alvo é a classe AA. “O hipermercado vai atender toda a região das Mercês até Campo Comprido, Batel e Água Verde, onde recebíamos muitas ligações no nosso SAC (Serviço de Atendimento ao Consumidor) porque não tínhamos uma loja próxima”, relata. A execução da obra levou onze meses. A nova loja tem cinco departamentos completos: mercearia, bazar, têxtil, eletrodomésticos e perecíveis.

A instalação do hipermercado não é o único projeto do Condor para 2004. Segundo Zonta, serão inaugurados mais dois hipermercados até o final do ano, um deles em Paranaguá e outro no interior do Estado. Hoje, além da capital, onde tem 10 lojas, a rede está presente em Araucária, São José dos Pinhais, Londrina, Ponta Grossa, Maringá, Apucarana, Guarapuava, Lapa e Paranaguá, empregando mais de 4 mil pessoas.

Em 2003, o Condor faturou R$ 572 milhões, um resultado nominal 22% superior ao de 2002, enquanto no Brasil, os supermercados tiveram queda real de 4,5%. Para 2004, Zonta estima um acréscimo nominal de 30% no faturamento do grupo. “Ainda não aconteceu o crescimento da economia que o Lula e o Palocci estão falando de 3 a 3,5% – mas nossa expectativa é que isso se realize no decorrer do ano. Apostamos muito que, no segundo semestre, a economia estará bem melhor que hoje, com aumento da oferta de empregos e recuperação de salários”, analisa. No momento, o que ocorre, segundo Zonta, é a substituição de produtos de marca pela segunda marca. “Em tonelagem, vendemos a mesma coisa, mas o valor é menor”.

Além do Condor, a rede norte-americana Wal-Mart também está concluindo um novo hipermercado em Curitiba, na Avenida Paraná, no Cabral. A inauguração está prevista para abril. “A economia do Paraná está num patamar diferenciado do restante do Brasil, por isso o Estado tem conseguido resultados melhores que a média nacional e faz com que as empresas foquem o Paraná”, assinala o presidente da Apras. Um exemplo disso é que o Paraná é o único estado da região Sul onde o Wal-Mart está presente. As outras lojas do grupo ficam em São Paulo.

Saturação

Porém o crescimento do setor supermercadista em Curitiba está chegando ao seu limite. “O mercado já está saturado, com uma oferta 10% a 15% superior ao normal. Com o crescimento populacional e econômico de 2,5% ao ano, vai levar cinco anos para o mercado se ajustar”, diz Zonta, que acredita na estabilização da expansão de lojas em Curitiba. De acordo com a Apras, os grandes grupos nacionais e internacionais detêm 45% do mercado de Curitiba, em número de lojas, enquanto as empresas regionais ficam com 55%.

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