A criação de vagas de emprego no varejo de supermercados em São Paulo ficou aquém do esperado em 2018, mas a Associação Paulista de Supermercados (Apas) espera uma aceleração do crescimento em 2019. No ano passado, foram geradas apenas 5,1 mil novas vagas no setor, ante uma projeção de 12 mil vagas.
Para o presidente da Apas, Ronaldo dos Santos, os empresários do varejo tinham uma expectativa mais otimista para as vendas em 2018 do que o que foi realizado. Com o cenário de incerteza em meio às eleições e aos impactos da greve dos caminhoneiros, contiveram os planos de abertura de lojas que estavam em andamento no ano passado.
“A abertura de novas lojas depende de um planejamento e de confiança na economia. Quando as coisas não acontecem como planejado, o empresário adia um pouco a expansão”, comentou Santos.
A Apas ainda não tem um levantamento de quantas lojas foram abertas em 2018, mas acredita que a adição de pontos de venda não deve superar muito o que foi realizado em 2017. Naquele período, o varejo de supermercados em São Paulo adicionou apenas 38 pontos de venda novos, considerando as aberturas líquidas de fechamentos.
Para 2019, a Apas prevê um cenário mais favorável para contratações. Estima que serão 9 mil novas vagas criadas. O ritmo ainda é inferior ao pico de contratações pré-crise, quando quase 19 mil postos foram abertos.
A Apas identifica ainda uma melhora na confiança dos empresários. O indicador da entidade aponta que o otimismo com o futuro é expresso por 52% dos empresários, melhor nível desde 2015.
Na avaliação de Santos, essa confiança representa uma expectativa positiva com relação ao andamento de reformas como a da Previdência. Ele considera que uma aprovação da reforma seria fundamental para continuidade dos níveis de confiança e retomada do fôlego para os investimentos do setor.
Para o economista da Apas, Thiago Berka, o tema da Previdência é importante também porque pode afetar a evolução dos preços nos supermercados, em razão de efeitos cambiais. Ele acredita que, se a reforma caminhar conforme o esperado, a atração do investidor estrangeiro aumenta a probabilidade de o dólar não superar o patamar dos R$ 3,70. Isso seria vital para evitar uma inflação nos preços de produtos com componentes dolarizados, como derivados de trigo e itens de higiene e limpeza.