A superliquidez global resultante da ação dos bancos centrais dos países desenvolvidos continua e gera uma “hipertrofia financeira”, afirmou nesta segunda-feira, 18, o presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho. “Não parece haver bolhas, mas o estado de superliquidez global é algo preocupante e a saída desse processo poderá impactar a precificação de ativos e moedas no longo prazo”, afirmou Coutinho, na abertura do 2º Congresso Internacional do Centro Celso Furtado, no Rio.
Ao traçar um rápido panorama da economia global, Coutinho destacou que, desde o início da grande crise, na virada de 2008 para 2009, as economias em desenvolvimento tem puxado o crescimento global. “Parece ser uma transformação estrutural”, disse Coutinho.
O presidente do BNDES apontou ainda que, apesar da importante distribuição na economia brasileira nos últimos 12 anos e da continuidade da estabilização, o Brasil viveu um “ciclo muito longo” de apreciação cambial, talvez durante 20 anos. “As depreciações cambiais não representaram impacto importante para a competitividade”, afirmou Coutinho, referindo-se a anos como 1999, 2002 e 2013. “Esse período traçou um cenário pouco favorável ao desenvolvimento da indústria”, completou.