Superávit quase dobrou em abril

O superávit comercial – saldo positivo entre as exportações e as importações – brasileiro em abril registrou um crescimento de quase 100% em relação ao mesmo mês de 2004. No mês passado, a balança comercial teve um superávit de US$ 3,876 bilhões, 97,8% maior que o US$ 1,960 bilhão de abril de 2004.

Em relação a março, quando o saldo comercial ficou em US$ 3,849 bilhões, o crescimento foi de apenas 0,7%. No entanto, abril teve menos dias úteis que março: 20 contra 22.

O resultado de abril é a diferença entre as exportações de US$ 9,202 bilhões e as importações de US$ 5,326 bilhões. Entre janeiro e abril, a balança comercial acumula um saldo positivo de US$ 12,194 bilhões, um crescimento de 50,7% na comparação com o mesmo período do ano passado (US$ 8,093 bilhões).

No acumulado deste ano, as exportações somaram US$ 33,653 bilhões e as importações, US$ 21,459 bilhões.

A entrada de dólares por conta das exportações faz com que a cotação da moeda norte-americana não consiga se sustentar em um patamar muito alto.

Na sexta-feira, o dólar encerrou o dia cotado a R$ 2,529. Em tese, quanto menos vale o dólar, pior para os exportadores, já que os produtos brasileiros ficam mais caros lá fora. No entanto, essa é uma relação difícil de medir, já que muitos dos contratos de exportação são fechados com meses de antecedência, com uma taxa de câmbio diferente da atual.

Em 2004, a balança comercial registrou um superávit de US$ 33,696 bilhões, o que representa um crescimento de 35,9% em relação a 2003 (US$ 24,8 bilhões). Foi o maior saldo positivo da história do País e o segundo recorde anual consecutivo.

Para este ano, o mercado financeiro prevê um superávit comercial de US$ 34 bilhões. Se essa projeção for confirmada, será o terceiro ano seguido de recorde anual. Já a previsão do Banco Central é que a balança termine o ano com um saldo positivo de US$ 27 bilhões.

Contas externas

O aumento do saldo comercial mantém positivo o saldo das transações correntes – principal indicador da vulnerabilidade externa de um país. Ao obter superávit, o Brasil emite ao mercado sinais de que terá dólares suficientes para pagar sua dívida externa.

No ano passado, o saldo de transações correntes ficou superavitário em US$ 11,645 bilhões, o melhor da história e equivalente a 1,93% do PIB (Produto Interno Bruto, soma de todas as riquezas produzidas por um país).

No acumulado de janeiro e março, as transações correntes acumulam um superávit de US$ 2,693 bilhões, o que representa, proporcionalmente ao período, 1,71% do PIB.

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