Superávit primário soma R$ 34,662 bi em 12 meses

O setor público consolidado acumula nos últimos 12 meses encerrados em setembro superávit primário (economia do governo para o pagamento dos juros da dívida pública) de R$ 34,662 bilhões, informou hoje o Banco Central (BC). O resultado corresponde a 1,17% do Produto Interno Bruto (PIB) e está abaixo da meta prevista para este ano, de 2,50% do PIB, podendo chegar a 1,56% do PIB, caso todos os investimentos em infraestrutura previstos pelo governo sejam executados. Outra opção para o cumprimento da meta seria a utilização do Fundo Soberano, que reduziria a meta para o equivalente a 1,06% do PIB.

Segundo o BC, nos 12 meses até setembro, o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência Social) contribuiu com superávit de R$ 8,949 bilhões (0,30% do PIB); os governos regionais acumularam primário de R$ 23,396 bilhões (0,79% do PIB) e as empresas estatais apresentaram superávit de R$ 2,317 bilhões (0,08% do PIB).

No acumulado de 2009 até setembro, o esforço fiscal do setor público consolidado soma R$ 37,714 bilhões, o equivalente a 1,70% do PIB. Em igual período de 2008, antes do agravamento da crise financeira internacional, o primário somava R$ 109,472 bilhões, ou 5,11% do PIB. Segundo o BC, nos nove primeiros meses deste ano, o superávit primário do governo central somou R$ 18,518 bilhões; os governos regionais contribuíram com R$ 18,942 bilhões e as empresas estatais acumularam superávit primário de R$ 253 milhões, sendo que as companhias federais amargaram déficit primário de R$ 2,249 bilhões nesse período.

Dívida líquida

A dívida líquida do setor público subiu em setembro para 44,9% do PIB, ante 44% verificado em agosto, de acordo com o BC. Em valores nominais, a dívida líquida subiu de R$ 1,289 trilhão para R$ 1,325 trilhão. Segundo o BC, a alta da dívida ocorreu por conta do déficit primário de setembro e pela valorização cambial de 5,74% que desvalorizou os ativos do governo em moeda estrangeira. Em dezembro de 2008, a dívida líquida do setor público estava em 38,8%, o que em valores nominais significava R$ 1,153 trilhão.

A dívida bruta do governo geral – que abrange governo federal, Estados, municípios, mas exclui Banco Central e empresas estatais – caiu de 66,6% do PIB em agosto para 66,5% do PIB em setembro. Em valores nominais, a dívida bruta passou de R$ 1,952 trilhão para R$ 1,963 trilhão em setembro, enquanto o PIB estimado pelo Banco Central passou de R$ 2,932 trilhões para R$ 2,951 trilhões na mesma comparação. Em dezembro de 2008, a dívida bruta do governo geral representou 58,6% do PIB, o equivalente a R$ 1,741 trilhão.

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