Superávit primário de setembro foi menor do que em 2006

Brasília – O superávit primário, economia que o governo faz para pagar juros da dívida chegou a R$ 3,554 bilhões em setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, o valor foi de R$ 4,575 bilhões. Os dados constam no relatório de Política Fiscal divulgado nesta quinta-feira (25) pelo Banco Central.

Além do peso do déficit da Previdência (R$ 9,2 bilhões) em setembro, em função do pagamento de parte do 13º salário a aposentados e pensionistas, o resultado dos governos regionais e estatais também ?não foram tão bons?, na avaliação do chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes.

?Isso sem dúvida impactou o resultado do setor público consolidado como um todo?, disse Altamir Lopes, referindo-se ao déficit da Previdência..

No mês passado, o Governo Central (Tesouro Nacional, Previdência e Banco Central) só conseguiu economizar R$ 812 milhões. Os governos regionais (estaduais e municipais) fizeram economia de R$ 1,389 bilhão, em setembro deste ano, contra R$ 1,994 bilhões do mesmo período de 2006.

De acordo com Lopes, o resultado do mês passado dos governos regionais foi o mais baixo desde setembro de 2003 (R$ 1,327 bilhão). No caso das empresas estatais, a economia foi de R$ 1,353 bilhão, o pior resultado desde de setembro de 2004, quando o resultado foi de R$ 700 milhões.

No acumulado do ano, o superávit primário chegou a R$ 91,223 bilhões. Esse valor corresponde a 4,9% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no país, contra 4,74% no mesmo período do ano passado.
A meta do governo é fechar o ano com superávit de R$ 95,9 bilhões, o que corresponde a 3,8% do PIB. Segundo Lopes, a situação é confortável em relação à meta.

?A margem que se precisa construir daqui até o final do ano é relativamente baixa, mas sabemos também da sazonalidade [característica de determinados períodos do ano] contrária nesses últimos meses em todas as instâncias?. Ele acrescentou que nos últimos meses, é natural que os gastos se concentrem. A estimativa dele é que o superávit deve ficar entre 4% até 4,5%.

O relatório também indica que o governo (União, estados, municípios e estatais) pagou R$ 15,473 bilhões de juros nominais em setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, o valor foi de R$ 10,989 bilhões. No acumulado do ano, o país já pagou R$ 119,363 bilhões, o menor acumulado para meses de setembro desde 2004 (R$ 95,283 bilhões).

Os juros são pagos com os recursos do superávit primário, mas esse total não tem sido suficiente para o pagamento. O  resultado da conta é um déficit nominal de R$ 11,919 bilhões, em setembro deste ano. No acumulado do ano, o valor é de R$ 28,140 bilhões.

Nos dados divulgados hoje, a dívida líquida do setor público subiu para R$ 1,120 trilhão, em setembro, o que representa 43,5% do Produto Interno Bruto (PIB), soma de todas as riquezas produzidas no Brasil, que nos últimos 12 meses está estimado em R$ 2,576 trilhões. Para o final do ano foi mantida a estimativa de 44% do PIB. ?A expectativa é de estabilidade, a despeito do comportamento do câmbio?.

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