Superávit primário cresce desde 2003

Rio (ABr) – O governo conseguiu manter o superávit primário crescente em 2002 e 2003 graças à adoção das metas inflacionárias e à vigência da Lei de Responsabilidade Fiscal. A trajetória foi iniciada na década de 90 e, segundo dados divulgados ontem pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a taxa chegou a 2,26% do Produto Interno Bruto (PIB) em 2002 e 3,5% em 2003.

A pesquisa do IBGE sobre as finanças públicas do país mostra que, em 2002, o aumento de R$ 12,3 bilhões no superávit primário foi obtido principalmente com a elevação da arrecadação de tributos pagos pelas empresas privadas e pessoas físicas. Em 2003, o resultado foi conseqüência de um ajuste nas despesas do governo.

?Em 2002, houve um aumento das receitas extraordinárias do governo federal, como a arrecadação do Imposto de Renda, enquanto, em 2003, foi mais determinante a redução das despesas, principalmente as despesas de capital fixo, como os investimentos em obras, que são mais flexíveis, enquanto as despesas com pessoal e com benefício são mais rígidas à queda?, explicou a economista do IBGE Dione de Oliveira.

Segundo a economista, em 2003, com o aumento da taxa Selic, a despesa de juros superou a receita. ?Em termos fiscais, o governo federal obteve um resultado ainda positivo de R$ 44,9 bilhões, sendo decisivo para isso o resultado primário fortemente baseado na redução de despesas?.

Empresas públicas

A mesma pesquisa do IBGE mostra, ainda, que as empresas públicas federais tiveram em 2003 um lucro 20% maior do que em 2002. A receita total também aumentou quase 10%.

O estudo mostra que, em 2003, a capacidade de financiamento registrada nas atividades da indústria de transformação (1,61%), energia (6,19%), comunicação (1,19%) e financeira (8,10%) foi praticamente o suficiente para compensar os indicadores negativos registrados no ano anterior.

?Esse processo é demorado e teve início a partir da implantação do Plano Real, que significou o controle da inflação e a estabilidade de preços. Isso fez com que as empresas começassem a ficar mais eficientes?, explica o economista do IBGE, Carlos Sobral. ?O governo tem tido essa preocupação com a saúde das empresas, então são empresas que vêm sendo bem administradas, inclusive as empresas estaduais e municipais. Em resumo, as empresas estão mais enxutas, contribuindo para um resultado positivo do governo.? 

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