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Foto: Arquivo/Agência Brasil

Altamir Alves, do BC: superávit é recorde para os meses de agosto.

O governo central (Previdência, Banco Central e Tesouro Nacional), estados, municípios e empresas estatais – ou seja, o setor público – economizaram R$ 13,182 bilhões no mês de agosto, que correspondem ao superávit primário – a economia que o País faz para pagar os juros da dívida. Foi um corte de gastos maior que nos meses anteriores, mas ainda assim insuficiente para cobrir as despesas com juros da dívida, que chegaram a R$ 15,569 bilhões no mês passado.

Os números constam do relatório de Política Fiscal de agosto, divulgado na manhã de ontem pelo Banco Central. O documento revela que o governo central economizou R$ 7,228 bilhões no mês, enquanto os governos regionais cortaram R$ 833 milhões e as empresas estatais responderam por R$ 5,122 bilhões, por conta da emissão de ações para capitalização de empresas do setor de energia elétrica.

No acumulado do ano, o superávit primário do setor público soma R$ 75,981 bilhões, o que corresponde a 5,69% do Produto Interno Bruto (PIB) -a soma das riquezas produzidas no País. O resultado está acima da meta fixada pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), que é de 4,25% do PIB, mas inferior ao patamar de 6,32%, registrado em igual período do ano passado.

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O País gastou 15,71% a mais com juros da dívida no mês passado, comparado aos R$ 13,455 bilhões desembolsados no mês anterior, e o aumento foi de 34,42% em relação aos R$ 11,582 bilhões em agosto de 2005. Segundo o relatório do BC, a elevação resultou do maior número de dias úteis no mês e do aumento das perdas com operações de swap (troca) cambial.

No ano, o gasto com juros soma R$ 110,665 bilhões, ou 8,29% do PIB. O acumulado de 12 meses fechado em agosto chega a R$ 162,1 bilhões (8,01% do PIB). Como resultado, o déficit (saldo negativo) acumulado de janeiro a agosto soma R$ 34,684 bilhões (2,6% do PIB), e em 12 meses sobe para R$ 71,6 bilhões (3,54% do PIB).

Recorde

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O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, informou que o superávit primário de R$ 13,182 bilhões registrado nas contas do setor público, em agosto, é recorde para meses de agosto. A série histórica do BC teve início em 1991.

?O resultado é bastante positivo. Todas as esferas foram superavitárias?, disse Altamir. Ele destacou o resultado das contas do governo central -superávit de R$ 7,228 bilhões -como a principal contribuição para o saldo positivo nas contas do setor público. De acordo com ele, o superávit do governo central em agosto foi o melhor da série para o mês.

Segundo Lopes, o superávit das empresas estatais estaduais em agosto, de R$ 2,341 bilhões, é o maior da série para todos os meses. O resultado foi influenciado pela operação de capitalização de uma empresa de energia com o lançamento primário de ações no valor de R$ 3,199 bilhões. Ele não informou o nome da empresa, mas segundo apurou a Agência Estado, anteriormente, a única companhia com uma operação desse porte foi a Cesp.

Dívida do setor público continua acima de R$ 1 trilhão

Brasília (ABr) – A dívida líquida do setor público aumentou R$ 3,3 bilhões em agosto, atingindo R$ 1,033 trilhão. Mas o comprometimento em relação ao Produto Interno Bruto (PIB – a soma das riquezas produzidas no País) caiu, passando de 50,6%, em julho, para 50,3% no mês passado. As informações são do relatório de Política Fiscal, divulgado ontem pelo chefe do departamento de Política Econômica do Banco Central, Altamir Lopes.

Ele explicou que a queda na relação dívida/PIB foi conseqüência do superávit primário (economia que o governo faz para pagar juros da dívida) do mês passado, R$ 13,182 bilhões, o melhor resultado da história para um mês de agosto, segundo o economista. A valorização do PIB no período e do real frente ao dólar norte-americano também contribuíram para o desempenho.

Quando se somam as dívidas de estados e municípios, essa relação é de alta. A chamada dívida bruta do governo geral (União e governos estadual e municipal) chegou a R$ 1,472 trilhão em agosto, o que equivale a 71,6% do PIB. O número supera os 71,2% de julho.

Em setembro, de acordo com Altamir, o patamar da dívida deve se manter estável. A projeção é que a relação dívida/PIB possa fechar o ano em 50,5%. Desde dezembro do ano passado, a relação dívida/PIB caiu 1,2 ponto percentual.