O primeiro superávit do País na conta-petróleo, de US$ 410 milhões em 2016, foi pontual e não deve se repetir, de acordo com o secretário de Comércio Exterior do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), Abrão Neto.

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“A conclusão é que o superávit de 2016 é conjuntural, não estrutural. No curto e médio prazo o Brasil continuará sendo importador líquido de petróleo e derivados”, afirmou Abrão Neto. “Se houver aumento de preços e de importações em razão da retomada da economia, a tendência é que as importações voltem a superar exportações.”

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O petróleo em bruto atingiu o menor preço desde 2004, com queda de 21,1%, devido ao aumento na produção mundial. Isso causou impacto nas exportações, mas teve peso ainda maior nas importações.

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As importações de combustíveis e lubrificantes recuaram 43,1%, também motivadas pela recessão da economia brasileira, que levou à redução no consumo do produto. Já o valor das exportações de petróleo brasileiras teve queda de 14,8%, mesmo com o recorde nas quantidades exportadas, que aumentaram 7,9%.

De acordo com o secretário, a conta-petróleo brasileira é tradicionalmente deficitária desde 1997. Em 2015, o déficit na conta-petróleo atingiu US$ 5,7 bilhões, resultado muito próximo da média, que é negativa em US$ 5 bilhões.

As exceções foram registradas em 2013 e 2014, quando o déficit atingiu, respectivamente, US$ 20,4 bilhões e US$ 17 bilhões. Isso ocorreu devido aos preços elevados, aumento nas quantidades importadas para abastecer usinas termelétricas e frota de veículos recorde, além de redução na produção nacional em razão de manutenção programada em algumas plataformas.