Depois de uma sequência de resultado negativos, o governo central (Tesouro Nacional, Banco Central e Previdência) registrou superávit primário de R$ 4,1 bilhões em outubro. O valor é o pior resultado fiscal para meses de outubro desde 2002, segundo a série histórica do Tesouro Nacional, que tem início em 1997. Apesar de positivo, o resultado não reverteu o rombo das contas públicas em 2014. O déficit primário acumulado de janeiro a outubro é de R$ 11,577 bilhões, 0,27% do PIB.
No último relatório de avaliação de despesas e receitas do Orçamento de 2014, o governo previu um superávit primário de R$ 10,1 bilhões no acumulado do ano. Em 12 meses, o resultado acumulado é de um superávit de R$ 31,9 bilhões, o equivalente a 0,6% do PIB.
O resultado de outubro ficou abaixo da mediana dos analistas de mercado, que era um superávit de R$ 5,0 bilhões, e dentro do intervalo das previsões coletadas pelo AE Projeções, que iam de um resultado negativo de R$ 6,2 bilhões a um superávit de R$ 9,0 bilhões.
O Tesouro Nacional registrou em outubro um superávit de R$ 6,882 bilhões, enquanto a Previdência teve um déficit de R$ 2,892 bilhões. Já as contas do BC tiveram um superávit primário de R$ 111,2 milhões no mês passado. No acumulado de janeiro a outubro de 2014, o superávit do Tesouro soma R$ 38,998 bilhões, 54% menor que no mesmo período de 2013. Já as contas da Previdência registram um déficit de R$ 50,555 bilhões, com alta de 0,5%. O valor até outubro supera a previsão do governo para o ano de R$ 49,192 bilhões. O BC acumula um saldo positivo no ano de R$ 89,3 milhões.
De janeiro a outubro, enquanto as despesas registraram alta de 12,6%, as receitas avançaram 7%. Em 12 meses até outubro, o superávit do governo central está em R$ 31,9 bilhões, o equivalente a 0,6% do PIB.
Investimentos
Os investimentos totais do governo federal registraram uma alta de 28,2% de janeiro a outubro deste ano, segundo o Tesouro Nacional. No período, os investimentos somaram R$ 68,8 bilhões.
Os investimentos do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC), que podem ser abatidos da meta fiscal, alcançaram R$ 51,5 bilhões nos dez primeiros meses de 2014, com alta de 41,1%.
Despesas com CDR e FAT
As despesas do Tesouro Nacional com a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE) somaram R$ 1,0 bilhão em outubro. No ano, o gasto chega a R$ 9,0 bilhões.
Os gastos com o Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT) somaram R$ 7,5 bilhões em outubro, valor 14,7% maior que o gasto em setembro (R$ 6,545 bilhões). No acumulado do ano, o Tesouro passou R$ 47,430 bilhões para o FAT, valor que é 23,7% superior aos R$ 38,353 bilhões do mesmo período do ano passado.
Receitas
As contas do governo receberam em outubro um reforço de apenas R$ 98,6 milhões de dividendos. No ano, os dividendos recebidos somam R$ 17,774 bilhões, volume 22,2% maior do que os R$ 14,550 bilhões obtidos no mesmo período do ano passado. Em 2014, o governo prevê uma receita de R$ 25,4 bilhões.
As concessões garantiram no mês passado receitas de R$ 20,1 milhões. No ano, as concessões somam R$ 2,8 bilhões, volume 60,2% menor que os R$ 7,041 bilhões obtidos no mesmo período de 2013.