Superávit de março decepciona o governo

Foto: Arquivo/Agência Brasil

Altamir Lopes.

Brasília – O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, disse ontem que o superávit primário no setor público, em março, de R$ 7,138 bilhões foi o resultado mais baixo para o mês, desde março de 2003, quando o saldo foi positivo em R$ 6,751 bilhões. Altamir admitiu que não foi um resultado bom para as contas públicas, mas argumentou que o desempenho foi ?um ponto fora da curva?.

 Ele explicou que o resultado mais fraco foi decorrência do pagamento de precatórios, no total de R$ 3,4 bilhões, e também o pagamento de dividendos por uma estatal (Petrobras), no montante de R$ 2 bilhões. Desse total de dividendos, R$ 655 milhões tiveram impacto neutro nas contas porque foram para o caixa do governo federal.

Déficit das estatais

As empresas estatais federais tiveram em março déficit primário de R$ 382 milhões, ante um superávit de R$ 5,354 bilhões em março de 2006. As empresas estatais estaduais apresentaram superávit de R$ 430 milhões em março, ante um saldo positivo de R$ 137 milhões em março de 2006. As estatais municipais tiveram um superávit primário de R$ 27 milhões, ante R$ 4 milhões de saldo positivo em março do ano passado.

O conjunto das empresas estatais teve superávit de R$ 75 milhões em março, ante R$ 5,494 bilhões em março do ano passado. No ano, as estatais apresentam déficit primário de R$ 686 milhões (0,12% do PIB) ante superávit de R$ 2,878 bilhões (0,53% do PIB), de janeiro a março de 2006.

De janeiro a março, as estatais federais contribuíram com um déficit de R$ 2,152 bilhões, compensado pelo superávit de R$ 1,414 bilhão das empresas dos Estados e R$ 52 milhões das empresas municipais. Nos 12 meses encerrados em março, o conjunto das estatais tem superávit de R$ 15,513 bilhões, o equivalente a 0,66% do PIB, ante R$ 20,933 bilhões (0,89% do PIB) no acumulado até fevereiro.

Economia insuficiente para pagar juros

Brasília (AE) – O déficit nominal de R$ 6,778 bilhões em março nas contas do setor público – segundo informe divulgado ontem pelo BC – fez com que o Brasil não tivesse dinheiro suficiente para pagar os juros, que chegaram a R$ 13,916 bilhões. Em março do ano passado, em março, as contas do setor público apresentaram um superávit nominal de R$ 286 milhões. Naquele mês, o superávit primário de R$ 13,186 bilhões foi suficiente para cobrir os gastos com juros nominais, que somaram, na época, R$ 12,899 bilhões.

Neste ano, porém, o superávit primário de R$ 7,138 bilhões não foi suficiente para bancar as despesas com juros. De acordo com a nota do Depec, as despesas com juros subiram de fevereiro (R$ 11,009 bilhões) para março em função do maior número de dias úteis no mês passado e também pelo efeito da variação da taxa de câmbio sobre os ativos atrelados ao dólar. No ano, as despesas com juros somam R$ 38,851 bilhões, valor abaixo do registrado no primeiro trimestre de 2006, de R$ 44,175 bilhões.

Nos primeiros três meses de 2007, o déficit nominal das contas do setor público soma R$ 11,577 bilhões, o equivalente a 1,99% do PIB. Esse resultado representa menos da metade do déficit nominal de janeiro a março de 2006: R$ 23,194 bilhões, ou 4,30% do PIB.

No período acumulado de 12 meses encerrados em março, o déficit nominal das contas do setor público subiu para R$ 58,266 bilhões (2,46% do PIB). Até fevereiro, o déficit nominal em 12 meses estava em R$ 51,201 bilhões, ou 2,18% do PIB. As despesas com juros em 12 meses até março somam R$ 154,703 bilhões.

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