Os gastos com juros neste ano já ultrapassam os R$ 140 bilhões. Entre janeiro e novembro, o serviço da dívida custou aos cofres públicos R$ 146,470 bilhões, um crescimento de 25,5% sobre o registrado no mesmo período do ano passado (R$ 116,687 bilhões).
Para pagar essa conta, o setor público (União, Estados, municípios e estatais) fez uma superávit primário (receitas menos despesas, excluindo os gastos com juros) de R$ 98,605 bilhões, o equivalente a 5,58% do PIB (Produto Interno Bruto). Ou seja, R$ 15,855 bilhões acima da meta de 4,25% do PIB para o ano.
O chefe do Departamento Econômico do Banco Central, Altamir Lopes, lembrou que todos os anos o esforço fiscal fica acima da meta. ?Acertar a meta como se fosse um dardo seria impossível, sempre há uma margem.?
No ano passado, a economia feita foi de R$ 81,112 bilhões, contra uma meta nominal de R$ 71,5 bilhões. Já em 2002 (último ano do governo FHC), o esforço fiscal foi de R$ 52,39 bilhões, contra uma meta de R$ 50,3 bilhões.
Como o superávit fiscal não é suficiente para cobrir todo o gasto com juros, o Brasil produz déficit nominal (receitas menos despesas, incluindo gastos com juros), que no acumulado do ano está em R$ 47,865 bilhões, o equivalente a 2,71% do PIB.
Novembro
O superávit primário registrado no mês passado foi de R$ 3,550 bilhões, o mais baixo em um mês de novembro durante o governo Lula.
Essa redução já reflete a tentativa do governo de acelerar os gastos para que o superávit acumulado no ano recue para um patamar mais próximo da meta.
Diferente dos meses anteriores, o governo central teve uma participação baixa no resultado de novembro, apenas R$ 346 milhões.
Os governos regionais registraram um superávit de R$ 1,938 bilhão e as estatais, de R$ 1,266 bilhão.
Já os gastos com juros somaram R$ 12,979 bilhões. Com isso, o déficit nominal foi de R$ 9,429 bilhões, acima do registrado em outubro, de R$ 4,789 bilhões.
Em 12 meses, o déficit nominal chegou a 3,27% do PIB. A estimativa de Altamir Lopes é que esse resultado ficará um pouco abaixo dos 3,6% do PIB no ano, que era a estimativa do BC até o mês passado.
