A balança comercial brasileira teve superávit de US$ 609 milhões na quarta semana de janeiro (entre os dias 19 e 25) e agora já acumula um saldo de US$ 1,266 bilhão. Na semana passada, as exportações somaram US$ 1,613 bilhão e as importações, US$ 1,004 bilhão. Já no ano, as vendas ao exterior acumulam US$ 4,447 bilhões. A média por dia útil é de US$ 277,9 milhões, ou 27,3% maior do que a de janeiro de 2003.
Na comparação com dezembro, houve queda de 9,4% na média de exportações. Entretanto, os meses de janeiro são tradicionalmente mais fracos do que os de dezembro para o comércio exterior.
As importações, por sua vez, atingiram US$ 3,181 bilhões, ou média diária de US$ 198,9 milhões. Essa média é 19,8% maior do que a de janeiro de 2003 e 9,6% superior à de dezembro. O crescimento das importações nas duas comparações pode ser um sinal do aquecimento da economia brasileira.
Para todo o ano de 2004, os analistas de mercado projetam um superávit de US$ 20,10 bilhões para a balança comercial brasileira. Já o Banco Central prevê um saldo positivo de US$ 19 bilhões.
Furlan comemora
O ministro do Desenvolvimento, Luiz Furlan, comemorou ontem o saldo de mais de US$ 1 bilhão registrado na balança comercial de janeiro até quinta-feira. Furlan afirmou que as exportações devem fechar janeiro em torno de US$ 5 bilhões e que a meta para este ano é de US$ 80 bilhões, com expectativa de um grande aumento das vendas do setor de transporte, não restrito à área de veículos e autopeças, mas contemplando também a indústria de aviões.
– Em janeiro vamos bater o recorde (de saldos da balança) de todos os meses de janeiro – afirmou o ministro, que acompanha a visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a Nova Délhi, na Índia.
Para Furlan, o desempenho da balança comercial em janeiro é bastante animador.
– O saldo é hoje uma ferramenta essencial da política econômica porque ele alivia fortemente a necessidade de atração de capitais seja por empréstimos ou investimento direto e, ao mesmo tempo, contribui de maneira concretíssima para o resultado da balança de contas correntes – explicou.
O ministro disse ainda não ver necessidade de uma desvalorização do real para o crescimento dos negócios, como pedem alguns setores da economia.
– O governo não está segurando o dólar. Há uma percepção do mercado que o dólar está barato e o euro está caro – comentou.
– O câmbio ao redor dos R$ 3 é competitivo. Nossa previsão de inflação é de 4% a 5% este ano, e o ganho de produtividade da agricultura, da indústria e de serviços brasileiros tem sido de cerca de 4% ou 5% ao ano. Portanto, o ganho de produtividade compensaria a inflação, e o câmbio não teria espaço para grandes crescimentos – completou.