São Paulo
– A balança comercial atingiu na última segunda-feira (23) superávit de US$ 1,519 bilhão em dezembro, segundo apurou a Agência Estado. A uma semana do final do mês, o superávit acumulado da balança comercial em dezembro poderá superar em 77,86% o superávit de US$ 854 milhões apurado em dezembro de 2001, se for confirmado o saldo apurado na segunda-feira. Segundo fontes do mercado, o saldo mensal até o dia 23 foi de US$ 175 milhões. Esse valor elevou o acumulado no ano para US$ 12,839 bilhões, ou seja, US$ 839 milhões acima da última estimativa feita pelo Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, de US$ 12 bilhõesNo último trimestre do ano a balança comercial costuma apresentar saldos baixos ou até negativos por causa do enfraquecimento das exportações e do aumento das importações por parte das empresas que reforçam seus estoques para atender a forte demanda de fim de ano. Para se ter uma idéia de quanto é forte a influência da sazonalidade no fluxo comercial nesta época do ano, de 1995 para cá, só em 1999 e 2001 a balança registrou saldos positivos.
A depreciação cambial, segundo analistas do mercado, tem uma forte participação na composição do superávit comercial deste ano, que deverá ultrapassar os US$ 13 bilhões. Mas o aumento de exportações de produtos manufaturados e semimanufaturados, que asseguram valores agregados maiores para o País, tem sido claramente percebido pela balança comercial brasileira.
As importações, com queda significativa no decorrer deste ano, também têm contribuído sensivelmente para o surpreendente superávit comercial deste ano. No começo, muitos atribuíam a queda apenas à baixa atividade econômica do País.
Mas a partir de outubro começaram a surgir análises que passaram a subestimar o efeito da crise e a reconhecer que investimentos feitos há dois ou três anos já estariam atingindo a maturidade e contribuindo para a substituição de parte significativa das importações. As exportações acumuladas no mês, até segunda-feira, estariam, segundo o mercado, em US$ 4,421 bilhões e as importações em US$ 2,902 bilhões.