A Receita Federal do Brasil já começou a operar com recordes. O órgão, que é a fusão das secretarias de Receita Federal e da Receita Previdenciária, teve uma arrecadação de R$ 38,671 bilhões no mês de agosto, um crescimento real de 6,95% sobre o mesmo mês do ano passado. Esse é o melhor resultado para o mês.
No acumulado do ano, a arrecadação do órgão, também conhecido como ?Super-Receita?, chega a R$ 307,762 bilhões, um aumento de 13,92% sobre o mesmo período do ano passado. Já o crescimento real (que desconta a inflação) é de 6,19%. Entre janeiro e agosto, o resultado alcançado pela fusão das duas secretarias também é recorde, como já vinha ocorrendo nos meses anteriores.
A arrecadação do mês passado já começou a sentir os efeitos da redução a zero do IPI (Imposto sobre Produtos Industrializados), anunciada pelo governo em junho – a divulgação foi feita de forma conjunta com a medida provisória 242, também conhecida como ?MP do Bem?.
O item IPI-Outros teve uma queda de 9,83% no mês passado em relação a agosto de 2004. ?A gente já começa a ver o efeito da redução a zero para bens de capital?, disse o secretário-adjunto da Receita Federal do Brasil, Ricardo Pinheiro.
Ele lembrou, no entanto, que a redução do imposto não é o único fator que leva o empresário a investir no país. ?Quem compra acredita que vai ter retorno.?
O secretário não quis comentar a correção da tabela do Imposto de Renda. Há algumas semanas, o ministro do Trabalho, Luiz Marinho, disse que o reajuste irá ocorrer novamente.
No final do ano passado, o governo anunciou a correção em 10% a partir de janeiro. Na ocasião, estimava em R$ 500 milhões a perda. No entanto, o crescimento do Imposto de Renda retido na fonte cobrado sobre os rendimentos do trabalho assalariado teve um aumento de 7,08% neste ano na comparação com o ano passado.
Para o secretário, isso ocorreu devido ao crescimento da economia – e não entrou de forma precisa nas previsões do governo. ?Se você tem aumento de salário, aumento de emprego, essa perda se reverte?, explica.
Previdência
A arrecadação de agosto das receitas previdenciárias foi de R$ 9,651 bilhões, um crescimento de 11,28% sobre o mesmo mês do ano passado. Esse valor é recorde mensal, com exceção dos meses de dezembro – em que a arrecadação é maior por conta do décimo-terceiro salário.