O principal assessor econômico da Casa Branca, Lawrence Summers, afirmou que os dados que mostraram crescimento no Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA durante o quarto trimestre foram “favoráveis”, mas ressaltou que levará anos para que o país volte a utilizar toda sua capacidade.
Summers, que preside o Conselho Econômico Nacional dos EUA, disse durante uma entrevista concedida via web em Davos (Suíça) que a expansão de 5,7% no PIB “confirma o que havíamos reconhecido há algum tempo; que as políticas do presidente resgataram a economia da beira da depressão e criaram uma base para o crescimento econômico”.
Apesar disso, o governo não está satisfeito e o presidente dos EUA, Barack Obama, está concentrado em solucionar os problemas “profundamente graves” de desemprego e baixo crescimento na renda da classe média, acrescentou. “Isso exigirá mais esforço nos próximos meses, trimestres e anos”.
Quando questionado sobre o status do dólar como moeda de reserva, Summers disse que cabe ao mercado determinar essa condição, mas afirmou acreditar que o dólar “terá um papel central no sistema financeiro internacional por um longo tempo”.
Ele acrescentou que os formuladores de políticas dos EUA precisam criar fundamentos fortes para que a moeda norte-americana mantenha seu status de reserva. “Por isso a ênfase na redução do déficit orçamentário foi um componente tão importante no discurso do Estado da União (na quarta-feira)”.
Summers defendeu o plano da Casa Branca para reformar a regulação do sistema financeiro, afirmando que as propostas não são um ataque aos bancos, mas uma tentativa de criar um sistema mais sadio. O governo dos EUA quer impedir que bancos comerciais negociem com recursos próprios ou dirijam fundos de hedge, entre outras medidas.
“Acreditamos que, no contexto do sistema americano, esse tipo de restrição servirá para reduzir a busca por risco, sem interferir com a capacidade dessas instituições para servir aos clientes”, disse Summers.
Segundo ele, embora algumas instituições financeiras tenham contribuído de forma construtiva no processo de reforma, há uma certa relutância em relação às mudanças. Ao comentar o plano da Casa Branca para taxar os grandes bancos, Summers disse que não faz sentido essas instituições possuírem capital suficiente para distribuir bônus entre os funcionários e alegarem não serem capazes de devolver aos contribuintes os empréstimos recebidos do governo. As informações são da Dow Jones.