Uma liminar da juíza Fabiana Karam acaba de impedir que a Sul América Seguros de Vida e Previdência obrigue cerca de 10 mil segurados em todo o Brasil a readequar suas apólices do Clube dos Executivos – uma antiga carteira de seguros de grupo com apólice vitalícia e taxa fixa a opções com vigência anual menos vantajosas. A liminar, obtida pelo advogado Edgard Luiz Cavalcanti de Albuquerque, ex-presidente da OAB/PR, beneficia três clientes seus  – um médico e dois advogados -, mas pode se estender aos demais segurados do plano.

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Os clientes da Sul América participantes do Clube dos Executivos receberam correspondência da empresa informando que suas apólices não seriam renovadas nos termos contratados, que previam seguro vitalício e sem alteração de taxa ao longo dos anos. A mesma carta informava que, sob o risco de terem os contratos encerrados, os clientes teriam de se readequar à uma nova carteira, com apólices de vigência anual, até setembro deste ano.

A juíza Fabiana Karam deferiu o pedido do advogado curitibano alegando que a empresa não poderia, unilateralmente, impor condições desvantajosas a seus clientes. Na liminar, a juíza ainda determina que a Sul América mantenha os contratos sem alterações, e realize as cobranças mensais de forma idêntica à que vinha fazendo até então.

O Clube dos Executivos

Lançados nos anos 60s e 70s, os seguros de vida em grupo surgiram com força total, em princípio para grupos formalmente constituídos, e mais tarde, com a participação individual em grupos abertos. A aceitação do mercado foi imensa e o Clube dos Executivos, formado por diversas empresas, surgiu neste cenário mostrando-se um excelente negócio para seguradoras e segurados.

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Há alguns anos, a Sul América adquiriu todas as cotas do Clube dos Executivos e tornou-se a única detentora da carteira. Com isso, responde pelos direitos e obrigações contratados pelas companhias à época das adesões dos segurados.

A tentativa de substituir o plano do Clube dos Executivos por outras opções da carteira da empresa mostra-se desvantajosa para as milhares de pessoas em todo o Brasil – cerca de 1 mil no Paraná  – pois qualquer uma das propostas apresentadas diminui o montante dos prêmios, aumenta os custos mensais ou extingue os seguros, pagos ao longo de décadas por milhares de segurados. 

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