economia

Substituto do Inovar-Auto será levado à Fazenda nos próximos dias

A política setorial que vai substituir o regime automotivo conhecido como Inovar-Auto, cuja condenação pela Organização Mundial do Comércio (OMC) foi confirmada nesta quarta-feira, 30, será levada ao ministro da Fazenda, Henrique Meirelles, nos “próximos dias”.

A informação é de Igor Nogueira Calvet, secretário de desenvolvimento e competitividade industrial do Ministério da Indústria, Comércio Exterior e Serviços (MDIC), a pasta que vem costurando o projeto em reuniões semanais com entidades do setor.

A proposta na mesa prevê a retirada das exigências de produção local condenadas pela OMC, assim como o fim das cotas criadas pelo Inovar-Auto que, desde outubro de 2012, limitam a no máximo 4,8 mil carros por ano as importações de veículos sem a sobretaxa de 30 pontos porcentuais do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI). Ao extinguir essas regras, pretende-se garantir isonomia tributária entre importadores e montadoras locais, fazendo com que a política automotiva se enquadre às regras internacionais de comércio.

Por outro lado, como também há intenção de melhorar o padrão dos carros vendidos no Brasil, o governo estuda manter uma sobretaxa de 10 pontos porcentuais que poderá ser eliminada pelas empresas, tanto montadoras quanto importadoras, que se comprometerem com novas metas de eficiência energética, segurança veicular e investimentos em pesquisa e desenvolvimento. Também serão levados em conta compromissos de adesão ao programa de etiquetagem do Inmetro, que confere selos de acordo com o nível de consumo de combustível dos veículos, e de investimentos no desenvolvimento da cadeia de fornecedores.

Segundo José Luiz Gandini, presidente da Abeifa, entidade que abriga marcas de automóveis importados e está envolvida nas discussões sobre a política setorial, cada um desses cinco itens terá um peso de 2 pontos no abatimento do IPI extra. Calvet, do ministério da Indústria, adianta, porém, que a ideia é que as empresas assumam todos os compromissos em conjunto para que a sobretaxa seja eliminada.

“Vamos diminuir a porcentagem da sobretaxa do IPI e dar condições igualitárias a montadoras e importadores, em conformidade com o relatório divulgado hoje da OMC”, comenta o secretário do MDIC. Segundo ele, o tema será discutido em breve com Meirelles, em data a ser marcada, e já tem o envolvimento de áreas técnicas do ministério da Fazenda. A expectativa é que as novas regras de tributação sejam lançadas até 3 de outubro porque dependem de “noventena” para entrar em vigor.

Embora condenado, a vigência do Inovar-Auto deve se estender até dezembro, seu prazo final, já que a tendência é que o governo apresente uma apelação contra a decisão da OMC.

Em tese, a atual sobretaxa de 30 pontos porcentuais do IPI vale tanto para as montadoras quanto para as importações, mas, na prática, a indústria automobilística nacional consegue abater a cobrança adicional com créditos gerados nas compras de autopeças e ferramentaria local. Isso faz com que a medida atinja apenas os carros importados, ferindo, conforme resolução da OMC, as normas internacionais de comércio.

Grupos de WhatsApp da Tribuna
Receba Notícias no seu WhatsApp!
Receba as notícias do seu bairro e do seu time pelo WhatsApp.
Participe dos Grupos da Tribuna
Voltar ao topo