O ministro da Agricultura, Reinhold Stephanes, defendeu hoje que a criação de uma estatal para tratar do segmento de fertilizantes seja “pequena, simples, enxuta”. Ontem, Stephanes afirmou que a proposta da criação de uma empresa para coordenar essa área era uma das possibilidades estudadas pelo governo à parte do Código Mineral, mas buscou não enfatizar o tema. Hoje pela manhã, o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão, confirmou o estudo da criação da estatal.
De acordo com Stephanes, há necessidade de haver uma gerenciadora dos fertilizantes, mas não é questão fundamental a criação de uma nova estatal. “Podemos atribuir essa tarefa a uma estrutura já existente”, comentou, sem querer dar um exemplo de qual poderia ser essa empresa ou órgão. A decisão a respeito do assunto se dará até o final de março, quando, segundo ele, um anteprojeto deve ser apresentado ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva. “Caso haja todas as aprovações necessárias, a empresa poderia entrar em operação já em 2011”, previu.
A razão dessa preocupação com os fertilizantes é a dependência externa do produto e a vulnerabilidade à qual o País está exposto. “A razão disso tudo é sairmos de um cartel, de um monopólio”, explicou. Além disso, com a produção interna, há a possibilidade de reduzir os custos para o produtor e, consequentemente, haver um repasse para o consumidor.
Ele ressaltou que os custos com fertilizantes representam de 10% a 30% dos custos totais de produção, dependendo da área do País e levando-se em consideração a logística disponível para o transporte do material. Stephanes ponderou, porém, que a autossuficiência brasileira se dará apenas em um prazo de seis a 10 anos, de acordo com o mineral, se as coisas começarem a ocorrer agora.