A Statoil está iniciando uma jornada de investimentos de longo prazo no Brasil, com a exploração de Peregrino e Carcará – cuja participação foi recém adquirida da Petrobras – e a previsão é de participação de novos leilões, disse nesta quarta-feira, 22, o presidente da companhia no Brasil, Anders Opedal.
Em participação em evento do Instituto Brasileiro de Petróleo (IBP) para discutir o conteúdo local na indústria brasileira, Opedal criticou abertamente o modelo adotado pelo governo do PT. “Não queremos repetir a 13ª rodada (de licitações de blocos de petróleo). Um marco regulatório competitivo é necessário”, disse.
Em 22 de fevereiro o governo reduziu em cerca de 50%, em média, a exigência de conteúdo local para contratação de equipamentos de equipamentos pela indústria de petróleo na exploração de novas áreas. A nova metodologia valerá para os leilões da Agência Nacional de Petróleo (ANP) previstos para setembro (14ª rodada) e novembro (3ª rodada do pré-sal).
O executivo afirmou que os fornecedores têm o desafio de ser competitivos em qualidade, preço e prazos, em especial em um contexto em que as petroleiras estão revendo suas bases de custos. Atualmente, disse, a Statoil tem 60% de conteúdo local em Peregrino e está assinando contratos com 30 fornecedores que cumprem esses requisitos de competitividade.
Previsibilidade
O diretor geral da francesa Total E&P no Brasil, Maxime Rabilloud, disse que a falta de previsibilidade pode afetar a decisão de investimento da companhia nos próximos leilões de áreas exploratórias de petróleo. O executivo reclamou da demora na obtenção de licenças ambientais para a perfuração em áreas na Foz do Amazonas, arrematadas na 11ª rodada, em 2013.
A Total, segundo ele, está “pronta para apertar o botão” de suas operações no Amapá, mas ainda precisa de licenças do Ibama. “Infelizmente estou um pouco pessimista quanto à previsibilidade disso sair. E previsibilidade é tudo para o investidor”, disse, também no em evento do IBP. A companhia investiu R$ 250 milhões na aquisição das áreas.
De acordo com Rabilloud, o Brasil continua sendo estratégico para a Total por ter importantes recursos naturais e humanos. “Esse aspecto não está sendo colocado em dúvida. Para poder investir mais, porém, tenho que ter certeza de que posso explorar as licenças passadas”, disse.