Na sede da startup 99, na zona sul de São Paulo, 250 funcionários das mais diversas áreas ficam bem distribuídos em quatro amplos e arejados andares. O espaço, porém, deve ficar apertado em breve: com o aporte de mais de US$ 100 milhões da Didi Chuxing, considerada o “Uber da China”, a 99 vai dobrar o número de pessoas na equipe.

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“Ainda não sabemos como vamos acomodar tanta gente em nosso prédio”, diz o diretor jurídico da 99, Matheus Moraes. “Estamos em um ritmo frenético de contratação e queremos chegar aos 500 funcionários em breve.”

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A 99 não é a única startup em busca de talentos neste início de ano. De acordo com novo levantamento feito pela escola de empreendedorismo Gama Academy, as startups estão com mais de 1,3 mil vagas abertas no País. A lista de empresas com maior demanda inclui o aplicativo de carona paga Uber, a empresa de marketing digital Resultados Digitais e a desenvolvedora de software para venda de produtos Hotmart. As vagas estão distribuídas por diversas cidades brasileiras, como São Paulo, Belo Horizonte, Rio de Janeiro, Curitiba e Recife.

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“As startups estão entrando no período de maturidade”, afirma o presidente executivo da escola Gama, Guilherme Junqueira. “Já passaram por momentos importantes, como consolidação e busca por investidores, agora é hora de elas contratarem e expandirem os serviços.”

Segundo analistas do setor, o número de vagas em startups tende a continuar a crescer nos próximos meses, apesar da crise econômica no Brasil, que soma mais de 12 milhões de desempregados em setores tradicionais, como indústria, serviços e construção civil.

“As startups contam com um modelo de negócios muito enxuto”, afirma a porta-voz da Associação Brasileira de Startups (ABStartups), Vinck de Bragança. “Isso faz elas crescerem muito rápido e essa tendência vai se acelerar nos próximos cinco anos, aumentando a demanda por profissionais.”

Perfil

O profissional que deseja conseguir emprego em uma dessas startups precisa ter um perfil específico, além de se identificar com a cultura da empresa. Não adianta, por exemplo, tentar a vaga se o profissional for apegado ao crachá ou aos horários.

“A pessoa precisa ser muito flexível para se adaptar ao ritmo das startups”, afirma Junqueira, da Gama. “E, independente da idade, precisa aprender rápido, ter autonomia e gerenciar problemas sozinho. São várias características que funcionam muito bem no ambiente empreendedor.”

Em relação à cultura, o candidato precisa compartilhar dos valores e ideais da startup – que, geralmente, são bastante precisos. “Para encontrar o funcionário ideal, as empresas fazem uma bateria intensa de entrevistas”, explica Vinck, da ABStartups. “Eles não podem errar na contratação, pois a pessoa precisa ajudar a startup a resolver problemas muito específicos.”

Na 99, por exemplo, o candidato passa por entrevistas com responsáveis de diversas áreas, além de análises técnicas e comportamentais. “O processo é muito rigoroso”, afirma Moraes, da 99. “Precisa ser uma pessoa que se destaque desde muito jovem e que esteja alinhada com o que queremos. Nós procuramos a mosca branca do olho azul.” As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.