Apenas 9% dos micro e pequenos empresários varejistas e prestadores de serviços (MPEs) pretendem contratar nos próximos três meses, uma média de três trabalhadores por empresa. De acordo com pesquisa feita pelo Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) e pela Confederação Nacional de Dirigentes Lojistas (CNDL), o cenário político-econômico é o principal desafio empresarial e foi apontado por 32% dos entrevistados como a maior dificuldade para a expansão dos negócios. Segundo o estudo, 15% das MPEs estudam demitir nos próximos três meses, uma média de dois funcionários por empresa.
O estudo considerou apenas as micro e pequenas empresas com mais de um funcionário e traçou o perfil dos gestores, além de mapear os fatores externos que influenciam crescimento e sustentabilidade. Com um faturamento médio anual de R$ 439 mil e mensal de R$ 36,5 mil, os empresários entrevistados na maioria pertencem ao varejo (52,5%), nos segmentos alimentício e de vestuário, materiais de construção e móveis e decoração. Já o setor de serviços, com 47,5% dos entrevistados, reúne os segmentos alimentício e serviços financeiros, tecnologia e informática, transportes e saúde.
A pesquisa mostrou que os recursos pessoais do empresário ou gestor foram usados como capital inicial em 63% das MPEs e como principal fonte do capital de giro em 68% das empresas. Além disso, 22% não separam as finanças da empresa das pessoais e 17% disseram que usam o cartão de crédito como fonte de capital de giro. Segundo a economista-chefe do SPC Brasil, Marcela Kawauti, é preocupante o número de empresários que afirmam fazer uso do cartão de crédito como fonte de capital de giro. Também a citação do cheque especial para bancar capital de giro “indica que a qualidade do crédito tomado pelas empresas não é o ideal”, analisa a economista, em nota distribuída à imprensa.