O diretor de operações do Departamento Aeroviário do Estado de São Paulo (Daesp), José Mauro Garcia, disse hoje que os 31 aeroportos regionais do Estado são deficitários e precisariam receber investimentos para serem privatizados ou concedidos para a iniciativa privada. Na avaliação dele, embora o governo estadual esteja empenhado em investir nestes aeroportos, o prazo estimado para promover melhorias na área operacional e de infraestrutura seria de três ou quatro anos. Somente após esse prazo haveria possibilidade de firmar parcerias com o setor privado.

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“Os aeroportos de São Paulo são todos deficitários e precisam ser restabelecidos para só então serem privatizados. Hoje é prematuro falar em privatização, porque os aeroportos estão precisando de atualização tanto do ponto de vista operacional, quanto de infraestrutura para atingir um patamar mínimo necessário para então começarmos a pensar no assunto”, disse ele, após participar do seminário Airport Evolution Latin America, na capital paulista.

Segundo ele, a lei das Parcerias Público Privadas (PPP) impõe um limite ao governo de aportes de 70% do valor do custeio de qualquer empreendimento, e a Daesp está 50% aquém daquilo que precisaria para manter os aeroportos em ordem. “Se formos estudar caso a caso, a maioria dos aeroportos não para em pé hoje”, afirmou Garcia.

Outro desafio relacionado à gestão dos aeroportos regionais, conforme ele, é que estudos mostram que um aeroporto, para ser lucrativo, deve ter um movimento de 1 milhão de passageiros por ano. Segundo Garcia, apenas o aeroporto de Ribeirão Preto deve atingir este número neste ano. “Temos apenas seis dos 31 aeroportos que possuem voos regulares”, disse, citando além de Ribeirão Preto, os terminais de São José do Rio Preto, Presidente Prudente, Marília, Bauru e Araçatuba. “Alguns aeroportos nem movimento de aeronaves têm”.

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Para o diretor da Daesp, a privatização de aeroportos pequenos é um desafio, porque dificilmente eles dariam lucro. “O Estado precisa investir porque os aeroportos são um fator de desenvolvimento econômico, mas a maioria como negócio aeroportuário não dá lucro mesmo que você o transforme em shopping”, disse.

Outra questão destacada por Garcia, é que em alguns aeroportos, como o caso de Jundiaí, 50% do movimento se deve a aeroclubes e a aviação esportiva. “Eles não pagam um tostão para utilizar a infraestrutura. É preciso avaliar novas formas de financiamento do sistema”, concluiu.

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