Rio – A Região Metropolitana de São Paulo, principal centro de mão-de-obra do País, registrou em setembro taxa recorde de desemprego de 9,3%. É o pior resultado desde o início da série histórica do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), há 20 anos. E teve reflexo direto na taxa média de desemprego no País, que atingiu 7,5%, superando os 7,3% de agosto e alcançando um índice bem maior do que o de setembro do ano passado (6,2%).

O rendimento médio também manteve a trajetória de queda no País e reduziu 2,6% em agosto – a pesquisa de renda tem defasagem de um mês em relação a de emprego – ante igual mês de 2001. A técnica responsável pela pesquisa do IBGE, Shyrlene Ramos de Souza, disse que a piora generalizada observada no mercado de trabalho é resultado da conjuntura econômica adversa, especialmente taxas de juros elevadas, desaquecimento da atividade econômica e pressão sobre o câmbio.

Desocupação – Em São Paulo, que responde por 44% da população ocupada nas seis regiões pesquisadas, a situação do mercado está “muito ruim”, segundo observou Shyrlene. Todos os dados relativos à região metropolitana paulista refletem esta realidade e a explicação para a taxa de desemprego recorde é o aumento significativo da desocupação. Em setembro, o número dos que estavam desempregados e procurando trabalho na região metropolitana de São Paulo cresceu 46,2% ante igual mês do ano passado, enquanto a ocupação aumentou apenas 1,1%. “A região não está gerando postos de trabalho suficientes para reduzir a taxa de desemprego”, observou Shyrlene.

Ela explicou que a taxa em São Paulo mantém-se bem superior à média do País porque a indústria de transformação, que vem aumentando muito lentamente o número de vagas, tem um peso muito forte na economia do Estado. Shyrlene observa que essa situação, que atinge todo o País, deve ser avaliada como uma mudança estrutural. “A indústria não voltará a repor empregos como ocorria há anos, a tendência é que o setor de serviços seja mesmo o grande empregador”, afirmou.

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