O governo estadual quer diversificar a matriz energética de São Paulo, reduzindo a dependência da hidreletricidade ao estimular fontes alternativas como bagaço de cana-de-açúcar, luz solar e, principalmente, gás natural.

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O governo paulista também pretende que cada vez mais indústrias e grandes estabelecimentos comerciais passem a gerar a própria energia durante o horário de pico (17 horas às 20 horas). No entanto, conforme o secretário de Energia, José Aníbal, essa disposição não significa que o Estado irá oferecer benefícios fiscais aos consumidores, já que “a própria economia obtida da cogeração serve como estímulo”.

De acordo com o secretário, a energia gerada pelos grandes consumidores pode ficar até sete vezes mais barata. “A cogeração de energia alivia pressão da rede elétrica nos horários de pico e barateia a energia”, afirma, ao defender o uso tanto do gás natural quanto do etanol nos geradores.

O secretário diz também que a secretaria tem apoiado e participado de estudos feitos para analisar as possibilidades energéticas que se abrem com a exploração do pré-sal e o gás natural retirado da Bacia de Santos. Além disso, diz Aníbal, está em curso um mapeamento no Estado de regiões próprias para a geração de energia eólica, solar e a partir do lixo e do bagaço de cana-de-açúcar.

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Quanto a investimentos no setor relativos a transmissão e distribuição de energia, Aníbal afirma que eles são atribuições do governo federal e das concessionárias. “O que cabe ao governo paulista é fiscalizar o atendimento ao consumidor. Nosso foco é dar satisfação ao usuário, que paga imposto”, diz.

Ele, porém, afirma que o Estado pede melhorias no sistema. Cita, como exemplo, pressão sobre a AES Eletropaulo para trocar os fios dos postes urbanos por modelos que oferecem maior resistência a chuvas e ventos. Diz ainda que busca antecipar o funcionamento da subestação Piratininga 2, em Interlagos, zona sul da capital paulista, prevista para fevereiro de 2012.

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Apagão

Em conversa com jornalistas em 9 de fevereiro, um dia após o apagão que afetou 2,5 milhões de pessoas na cidade, o secretário afirmou que o governo tentaria colocar ao menos parte da central em operação já em novembro deste ano. Sem ela, a Região Metropolitana de São Paulo corre o risco de sofrer novos blecautes. “É preciso que as obras das subestações sejam aceleradas para que se tenha maior segurança energética”, afirma. O secretário atribui o atraso ao governo federal. “A Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) levou cinco anos para aprovar Piratininga 2”.

Aníbal afirma ainda que se reuniu ontem com colegas de 17 Estados no Fórum Nacional dos Secretários de Estado para Assuntos de Energia, no qual foi eleito o presidente. De acordo com Aníbal, os Estados irão pressionar o governo federal para que tenham maior participação no planejamento do setor no Brasil. “O desafio dos secretários é ter mais autonomia na deliberação das políticas energéticas nacionais”, diz.