O maior contingente de pessoas à procura de trabalho explica o aumento expressivo da população desempregada na região metropolitana de São Paulo em janeiro de 2013. Em relação a dezembro de 2012, a população desocupada subiu 23,3%, o equivalente a 126 mil pessoas a mais procurando emprego. Na comparação com janeiro de 2012, a alta também foi expressiva, de 22,3%, ou mais 122 mil pessoas em busca de uma vaga, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Devido ao movimento sazonal, o número de pessoas ocupadas teve redução de 1,3% na passagem de dezembro para janeiro em São Paulo. No entanto, houve crescimento em relação a janeiro de 2012. Neste caso, o aumento no número de ocupados foi de 3,8%.
O gerente da Coordenação de Trabalho e Rendimento do IBGE, Cimar Azeredo, explica que é normal que São Paulo tenha dispensado os trabalhadores temporários já em janeiro. “São Paulo e Belo Horizonte, se tiverem que dispensar, vão dispensar logo no início de janeiro e fevereiro, independentemente do carnaval”, afirmou. Segundo Azeredo, São Paulo já se resolve logo em janeiro, pela característica da região. “Ela não tem apelo turístico e de férias”, avaliou. Em outros casos, o grosso das dispensas, o expressivo, vai acontecer agora, disse, citando que regiões turísticas e com forte apelo do carnaval, como o Rio de Janeiro, retêm a força de trabalho por mais tempo.
No entanto, o fato de o número de desocupados ter aumentado em São Paulo em janeiro de 2013 em relação a janeiro do ano passado, mesmo com crescimento da população ocupada no período, significa que a região não teve fôlego para absorver o maior contingente de pessoas à procura de emprego.
“Por mais que a ocupação estivesse aumentando, ela não deu conta de absorver o aumento da demanda que teve lá”, notou Azeredo. “A gente tem de esperar os meses de fevereiro e março para entender o que levou essas pessoas à busca de uma vaga no mercado de trabalho. Você tem um aumento da desocupação expressivo, a despeito da ocupação não ter caído tanto. Parece que é um novo contingente de pessoas. A justificativa não é a redução de renda. A ideia é esperar os próximos meses para entender o que aconteceu em São Paulo”, acrescentou. A região metropolitana de São Paulo responde por 42% da força de trabalho ocupada nas regiões pesquisadas, além de 50% do total de desocupados.