Apesar de já contarem com a internet móvel de 4G na faixa de 2,5 gigahertz (Ghz), os municípios de São Paulo e Rio de Janeiro só poderão contar com reforço do 4G na frequência de 700 megahertz (MHz) a partir de 2018. O edital para leilão dessa parte do espectro, aprovado na tarde desta quinta-feira, 17, pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), prevê que a operação do 4G nas duas capitais só comece 12 meses após o desligamento da TV Analógica na totalidade de ambos os territórios estaduais, o que, de acordo com o cronograma do Ministério das Comunicações, só deve acontecer em 2017.

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Para o conselheiro da Anatel e relator do edital, Rodrigo Zerbone, essa espera até 2018 para que o serviço possa ser oferecido pelas empresas vencedoras do leilão não diminui o valor da frequência de 700 MHz. “Esse cronograma não desvaloriza a faixa porque já não seria possível para as teles entrar na frequência antes disso. Trata-se de uma questão técnica”, justificou.

Segundo Zerbone, se as cidades de São Paulo e Rio de Janeiro implantassem o 4G no 700 MHz antes do desligamento total da TV Analógica no restante dos dois Estados, haveria interferência de sinal entre os dois serviços. “Desligar em um município e não desligar em outro causa interferências de até 300 km de alcance”, explicou.

O problema de São Paulo e Rio, acrescentou o conselheiro, é o fato de a faixa analógica entre 600 MHz e 700 MHz estar praticamente toda ocupada, o que permite uma menor margem de manobra para a acomodação dos canais que hoje se situam entre 700 MHz e 800 MHz. “Na maior parte do País é possível realocar as emissoras de TV e liberar a frequência antes mesmo do desligamento do sinal analógico, o que permite o início da operação do 4G em um prazo mais curto”, completou. “O Norte e o Nordeste, por exemplo, são áreas com o espectro livre”, concluiu.

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