O consumidor de maior poder aquisitivo e o morador da cidade de São Paulo foram os que impulsionaram o aumento de 2,9% no Índice de Confiança do Consumidor (ICC) na passagem de janeiro para fevereiro, nas informações da Fundação Getúlio Vargas (FGV).

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Na separação por poder aquisitivo, o aumento do ICC na faixa de renda 4, onde estão aqueles que recebem acima de R$ 9.600 mensais, foi de 4,5% de janeiro para fevereiro. Na faixa de renda 3 (os que ganham de R$ 4.800 a R$ R$ 9.600), o aumento no ICC foi de 2,3%. Na faixa de renda 2 (ganho de R$ 2.100 a R$ 4.800), a elevação na confiança do consumidor foi de 1%. Já na faixa de renda 1 (os que recebem até R$ 2.100, a expansão foi de 2,9%).

“Quem mais influenciou o ICC este mês foi a faixa de renda 4, o consumidor de maior poder aquisitivo, e o consumidor de São Paulo. Provavelmente, a melhora da bolsa tem influenciado o consumidor, além dessa melhora de contratações do mercado de trabalho”, avaliou Viviane Seda Bittencourt, coordenadora da Sondagem de Expectativas do Consumidor.

Em São Paulo, o ICC teve um aumento de 3,6% em fevereiro, na comparação com janeiro. Já no Rio de janeiro, o aumento foi de 2% em fevereiro.

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“A avaliação sobre a situação econômica local e o emprego atual estão muito relacionados ao o mercado de trabalho. Quando o mercado está contratando, a avaliação é de que a situação da economia local está mais favorável. Isso acontece em São Paulo neste momento, onde acontecem muitas contratações. O contrário acontece no Rio de Janeiro, onde a avaliação é menos favorável para a economia local, e o mercado de trabalho não está contratando”, contou Viviane.

A pesquisadora da FGV afirmou que há um conjunto de fatores que contribuem para um aumento na confiança do consumidor em fevereiro. Viviane apontou o mercado de trabalho favorável para todas as classes de renda, a desaceleração da inflação, a manutenção de taxas de juros menores e o aumento do salário mínimo.

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“Um conjunto de coisas ajuda na evolução favorável do indicador. Mas isso não está acontecendo ainda nas compras de bens duráveis. O ambiente é favorável, mas a intenção do consumidor de comprar é que precisa mudar para que a economia volte a acelerar mais rapidamente”, declarou a coordenadora da sondagem.

O quesito de compras para bens duráveis ainda é favorável, mas não tanto quanto vinha sendo. Nos últimos 12 meses, o quesito contribuiu com 43% da evolução do ICC. Em fevereiro, a contribuição do quesito compras de duráveis foi de apenas 7,9%.

“A expectativa de compras de bens duráveis é o que tem contido a confiança do consumidor a não avançar mais. Houve queda brusca em janeiro. Esta em um nível abaixo da media histórica. O consumidor está cauteloso em voltar a consumir, seja porque está arrumando primeiro as finanças pessoais seja porque está cauteloso em relação ao cenário externo”, ressaltou Viviane.

A pesquisadora apontou que a cautela é maior na classe média, entre as faixas de renda 2 e 3. “Mas acredito que o ambiente está favorável para que isso possa mudar ainda neste primeiro semestre”, afirmou. “O consumidor quitou as dívidas. Ele está mais confortável financeiramente, então é mais provável que nos próximos meses ele volte a consumir”.