S&P diz que não há calendário definido para nova revisão do rating do Brasil

Não há um calendário estabelecido para uma nova revisão do rating soberano brasileiro em 2016, afirmou a diretora-gerente de ratings soberanos da Standard & Poor’s (S&P), Lisa Schineller, em uma teleconferência nesta quinta-feira, 18. Uma revisão vai depender de mudanças que ocorram na dinâmica política e econômica do País.

Questionada se a aprovação da CPMF no Congresso seria um fator capaz de levar a S&P a mudar ao menos a perspectiva do rating, que ontem foi mantida em “negativa”, Lisa evitou falar em fatores específicos. A diretora ressaltou que a mudança da avaliação depende, por exemplo, que as trajetórias fiscal e do Produto Interno Bruto (PIB) sinalizem melhora, ao invés de sinalizarem deterioração, como vem ocorrendo nos últimos meses. As projeções para o PIB, por exemplo, vêm sendo constantemente revisadas para baixo.

Nesse cenário, Lisa disse que é preciso ver no Brasil condições “para execução mais consistentes de políticas econômicas”. A melhora da situação política no Congresso seria um fator que contribuiria para mudar esse cenário, pois teria impacto positivo na confiança dos investidores e consumidores. Por enquanto, a S&P vê os riscos para as contas fiscais e o PIB pendendo mais para o lado negativo e não espera avanços no curto prazo.

O diretor de ratings soberanos da Standard & Poor’s (S&P), Roberto Sifon-Arevalo, ressaltou que um conjunto de propostas consistentes do governo para melhorar a trajetória fiscal e corrigir desequilíbrios nas contas públicas seria outro fator positivo para o País. Ele disse que mudanças importantes na trajetória das contas do governo são um dos fatores que vêm levando a S&P a constantes mudanças da avaliação de risco do Brasil desde meados de 2015.

“Vamos analisar a capacidade de execução da política econômica”, disse Lisa, destacando que uma das razões que levaram a S&P a rebaixar o rating novamente do País foi que o ajuste fiscal deve ser mais prolongado do que inicialmente esperado e a correção das contas públicas mais lenta, sobretudo em meio às discussões do processo de impeachment no Congresso.

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