A agência de classificação de risco Standard & Poor’s publicou um relatório intitulado “A crise da zona do euro ainda não terminou”, no qual afirma que qualquer declaração de que um fim dos problemas do bloco está próximo seria prematura. A S&P acredita que as atuais condições favoráveis dos mercados podem estimular os governos a reduzirem os esforços de consolidação fiscal e as reformas estruturais destinadas a impulsionar o crescimento econômico.

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Segundo a S&P, existe um risco crescente de reversão de políticas caso uma sensação prematura de “missão cumprida” se firme entre os países da zona do euro. A complacência é um fator crucial que pode solapar as perspectivas de a zona do euro sair da crise, destacou a agência, acrescentando que esse cenário pode ameaçar os ratings de crédito soberanos da região.

“Embora alguns indicadores econômicos possam sugerir um ponto de viragem na crise de dívida, a quantidade geral de dívida ainda sinaliza desafios significativos adiante”, afirmou Moritz Kraemer, diretor de ratings soberanos da S&P. “Estamos vendo melhoras visíveis nos orçamentos, nos balanços em conta corrente e no crescimento econômico. Mas alguns dados – dívida geral dos governos, dívida externa e nível de produção econômica – continuam sendo uma preocupação e levantam questões importantes sobre a sustentabilidade política e social da atual desalavancagem da zona do euro”, acrescentou.

A S&P citou uma série de argumentos para defender a tese de que a crise ainda não terminou: a maior parte dos esforços de desalavancagem nos setores público e privado ainda estão por vir; a Comissão Europeia prevê que a dívida bruta soberana geral subirá para mais de 95% do PIB neste ano; as sociedades gradualmente mais velhas continuarão pesando sobre as finanças públicas no longo prazo se não houver mais reformas; e o crescimento da economia da zona do euro ainda está bem abaixo dos níveis de 2008.

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A agência também destaca que os riscos no setor financeiro e a fragmentação entre os países persiste e que as condições de crédito nas economias reais de diferentes países ainda são muito divergentes. O suporte de crédito para a demanda doméstica permanece limitado e os estímulos monetários atuais não parecem estar alcançando a economia real dos países considerados periféricos, observou a S&P.

Isso pode prejudicar ainda mais as fábricas dos países periféricos, que já sofrem com o desemprego extremamente alto, a queda nos salários reais e significativos declínios nos preços dos imóveis. “Em meio à turbulência social, pode se tornar cada vez mais difícil para os governos da zona do euro tomarem medidas necessárias para reequilibrar melhor e desalavancar suas economias”, afirmou Kraemer. Fonte: Dow Jones Newswires.

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