S&P diz que Brasil segue na direção correta

Rio (AE) – A agência de risco Standard & Poor?s divulgou uma série especial de artigos dedicados ao Brasil. Os textos descrevem os desafios e os avanços significativos apresentados pelo governo e pelos setores corporativo, de infra-estrutura e financeiro nos quatro anos que se seguiram à eleição presidencial de 2002. De acordo com a S&P, ?os artigos apresentam a visão da Standard & Poor?s Ratings Services sobre os desafios e as expectativas para cada um desses setores nos próximos anos?.

?É claro que a liquidez sem paralelo nos mercados de capitais internacionais e o forte comércio internacional ajudaram o Brasil em seu caminho rumo à recuperação, mas a adoção de políticas prudentes pelo setor privado e pelo governo permitiu que eles se beneficiassem ainda mais desse ambiente favorável?, diz a nota distribuída ontem pela manhã pela agência.

?O governo, por sua vez, deu continuidade a políticas macroeconômicas sólidas, o que resultou em menor vulnerabilidade externa e fiscal e contribui para o histórico do País, ainda que breve, de estabilidade econômica. As empresas aproveitaram o ambiente mundial favorável, priorizando o gerenciamento de seus passivos. Elas também melhoraram sua eficiência operacional para poderem competir mais fortemente no mercado global, principalmente com o real valorizado?, observa a agência.

Desafios

A S&P observou que a ?melhora dramática na qualidade de crédito, tanto do setor privado quanto do setor público, transformou a eleição atual em um ?não-evento econômico? pela primeira vez na história recente do País?. Mas ressaltou que ?como em muitos outros mercados emergentes, ainda há muito a se realizar para garantir que o risco soberano do Brasil continue caminhando em direção ao grau de investimento?.

A agência destaca que, ?apesar de suas bases serem agora mais sólidas, o Brasil continua vulnerável a um cenário internacional menos favorável?. Para S&P, ?em vários aspectos, a melhora nas perspectivas para o Brasil está diretamente relacionada às medidas políticas a serem adotadas pelo presidente eleito, pelo Congresso, e pelos partidos em todo o espectro político?.

A dívida pública vem diminuindo sistematicamente nos últimos quatro anos, mas a agência destacou que ela ainda é elevada, em cerca de 50% do PIB. E ainda que ?a concorrência do governo pelo baixo nível de poupança do País afeta negativamente o desenvolvimento do mercado de capitais local para os tomadores privados de empréstimos, e eleva o custo do capital?.

Taxas de juros

 A agência explica que ?as altas taxas de juros necessárias para absorver o enorme estoque da dívida pública sustentam uma taxa referencial elevada para a maioria dos demais tomadores de recursos?. ?Além disso, a liquidez desses títulos do governo desestimula os investimentos em títulos do setor privado?.

A agência ressalta que o recente boom no mercado de capitais local é gerado, em parte, pela oferta reduzida de títulos governamentais à taxa flutuante (atrelada à Selic) desde o final de 2005. Ainda assim, embora o estoque total de debêntures (não governamentais) tenha alcançado o pico sem precedentes, de R$ 100 bilhões, ele representa apenas 7% da base monetária (M4).

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