Brasília – A obrigatoriedade do B2 (óleo diesel com mistura obrigatória de
2% de biodiesel) desde 1º de janeiro representará neste ano um volume de consumo
da ordem de 840 milhões de litro de biodiesel, grande parte atendido pela
produção do combustível a partir do óleo de soja.

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?Quase 90% do biodiesel
é feito hoje a partir de óleo de soja. Alguma coisa é feita por sebo animal e
existe possibilidade da utilização de mamona, pinhão manso e girassol, mas ainda
não tem produção intensiva?, disse o vice presidente executivo do Sindicato
Nacional das Empresas Distribuidoras de Combustíveis e Lubrificantes (Sindicom),
Alísio Mendes Vaz.

A concentração da soja nesse segmento é confirmada
Ministério de Minas e Energia e pela Agência Nacional de Petróleo, Gás Natural e
Biocombustíveis (ANP). Entretanto, os órgãos estimam que ela seja de 60 a 70%.

Segundo o Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA), cerca de 100 mil agricultores familiares estão inseridos atualmente no
Programa Nacional de Produção e Uso do Biodiesel (PNPB), produzindo
matérias-primas como a mamona, dendê, girassol, soja e amendoim.

O programa é uma ação interministerial do governo
federal inciada em 2003, cuja principal diretriz é a produção de combustível a
preços competitivos a partir de diferentes fontes oleaginosas, de forma
sustentável e associada à inclusão social. A gestão operacional do é feita pelo
Ministério de Minas e Energia (MME).

As distribuidoras investiram cerca de R$ 100
milhões em tanques de armazenamento, tubulação, bombas e instrumentos dosadores
necessários para viabilizar a mistura resutante no B2.

Ao adquirirem o biodiesel, elas encaminham
caminhões às unidades industriais produtoras, trazem o produto para ser
armazenado em suas bases de distribuição (mais de 200 em todo o país) e fazem a
mistura de 2% no diesel no momento em que o caminhão-tanque, que leva o
combustível ao posto, é carregado.

A venda do biodiesel às distribuidoras aidna é
intemedida pelo governo federal. O objetivo, segundo o diretor do departamento
de Combustíveis Renováveis do MME, Ricardo Dornelles, é garantir a segurança do
suprimento.

?A venda direta de uma sina a um posto, por
exemplo, traria problemas para rastrear a qualidade de biocombustível. Se for de
má qualidade, ineterfere nos motores e prejudica a economia. A centralização é
para garantir o biodiesel colocado no mercado de forma segura, que vai
possibilitar o perfeito funcionamento da atividade industrial?.

Toda a demanda de biodiesel do 1º semestre de
2008, cerca de 380 milhões de litros, já foi contratada com a realização de
leilões em novembro do ano passado e um certame específico para estoques em
dezembro. Em abril ou maio deste ano, serão realizados outros leilões para a
contratação da demanda do segundo semestre.

?Já começamos a retirar alguma coisa e a partir
da semana que vem vamos repor nossos estoques?, adiantou o dirigente da
Sindicom.

Mendes Vaz prevê para 2008 um pequena queda no
preço do óleo de soja e do biocombustível e acredita em reflexos positivos no
mercado.

?Teremos, pela primeira vez, a indústria do
biodiesel como um todo, operando a pleno vapor e a partir daí, mais eficiência,
maior geração de empregos, com injeção de otimismo na economia agrícola.?

O novo combustível renovável, considerado ambientalmente
correto, será usado por ônibus, caminhões, tratores, máquinas agrícolas,
locomotivas e até mesmo embarcações e usinas termoelétricas.

Os 35 mil postos de combustíveis do país serão fiscalizados
pela ANP, que estima uma economia de aproximadamente US$ 410 milhões em divisas
na balança comercial será gerada pelo B2. A dependência externa do diesel deve
ser reduzida de 7% para 5%.

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