O Société Mondiale, veículo de investimentos do empresário Nelson Tanure, detentor de cerca de 5% das ações da Oi, divulgou hoje uma nota à imprensa em que reforça seu apoio ao plano de recuperação judicial da companhia e aponta demandas “descabidas e gananciosas” de “fundos abutres” que figuram entre os credores internacionais. A manifestação acirra a troca de acusações após a Oi ter divulgado, na noite de quarta-feira, a nova versão do plano para equalizar as suas dívidas de quase R$ 65 bilhões inseridas no processo de recuperação judicial. As propostas serão votadas na assembleia agendada para 23 de outubro.
Os dois maiores comitês de detentores de títulos internacionais (bondholders) da Oi publicaram um comunicado ontem em que rejeitam a nova versão do plano da tele, sob o argumento de que as propostas ameaçam a viabilidade da empresa a longo prazo e enriquecem abusivamente os atuais acionistas. Os dois comitês são compostos por bondholders representados pela G5/Evercore e pela Moelis & Company, donos de R$ 22 bilhões de dívidas da Oi.
Hoje veio a resposta: “Os fundos abutres nunca tiveram qualquer compromisso com os países e as empresas. São destruidores de riqueza. Dada a esta natureza, estes fundos somente aceitam proposta que satisfaça suas demandas vulturinas, descabidas e gananciosas”, afirma em nota o Société Mondiale.
“Esses fundos estão preocupados mais com os seus interesses de curto prazo e não com o futuro da Oi. Os abutres apostam contra o Brasil e menosprezam a soberania do país. Pressionam autoridades do alto escalão em favor de um projeto que causará a destruição da operadora. São aliados de algumas agências estrangeiras de crédito que adotam uma postura irresponsável, chantageando o governo brasileiro”, emendou.
“O Société Mondiale reitera seu total apoio ao plano de recuperação apresentado pela companhia e total confiança no discernimento da Justiça brasileira”, finalizou. Apesar de deter apenas 5% da Oi, Nelson Tanure aglutinou a maioria dos membros do conselho de administração e é apontado nos bastidores como o principal formulador da nova versão do plano de recuperação judicial da companhia.