Cerca de duzentos representantes de diversas entidades de classe, lideradas pela Associação Comercial do Paraná (ACP), promoveram ontem uma manifestação no centro de Curitiba para mobilizar a população contra a prorrogação da Contribuição Provisória sobre a Movimentação Financeira (CPMF). O ato do ?Xô CPMF? aconteceu na Rua XV de Novembro, e deu início à coleta de assinaturas em um documento que será enviado ao Congresso Nacional pedindo a extinção da contribuição. O governo federal tem até dezembro para prorrogar ou não a CPMF.
De acordo com a presidente da ACP, Avani Slomp Rodrigues, a CPMF é uma cobrança inconstitucional, e afeta toda a população. ?Cada família paga em média dois salários mínimos por ano de CPMF. E pior, ela foi criada para custear a saúde e hoje tem sua finalidade desviada?, comentou. Segundo Avani, quando foi criada, a CPMF tinha uma alíquota de 0,20%, o objetivo era socorrer o setor de saúde. Mas, atualmente, com incidência de 0,38% sobre a movimentação financeira, a contribuição serve mais aos interesses do governo e para cumprir o superávit fiscal.
Os manifestantes estavam vestidos com camisetas da campanha nacional ?Xô, CPMF? e carregavam cartazes com os mesmos dizeres. Pouca gente parou para ouvir os discursos dos representantes das entidades, mas quase ninguém, entre os abordados, recusou-se a assinar as listas contrárias à prorrogação da contribuição. Os abaixo-assinados devem ser enviados aos parlamentares. ?Se temos a capacidade de colocá-los no poder, temos o direito de sermos ouvidos?, apelou Avani.
Para o presidente do Sindicato de Transporte de Cargas no Estado do Paraná (Setcepar), Fernando Klein Nunes, é mais uma cobrança que, com desvio de função, pesa sobre a categoria. ?Nós dos transportes sentimos a cobrança, além da CPMF, da Cide (Contribuição de Intervenção no Domínio Econômico) e não vemos nada de retorno desse dinheiro?, falou. Para ele, as entidades não estão se mobilizando tarde demais. ?Acho que temos tempo para derrubar a CPMF?, disse, lembrando que foi através de mobilizações que as entidades conseguiram derrubar a Medida Provisória 232, em 2005, que previa a ampliação da carga tributária para empresas prestadoras de serviço.
