Os bancos querem reduzir o percentual mínimo de recursos a serem destinados para a habitação no segundo, terceiro e quarto trimestres deste ano. Eles já reivindicaram junto ao CMN (Conselho Monetário Nacional) a alteração da resolução que determinou que os bancos deveriam elevar em 45% o volume de recursos destinados ao financiamento da casa própria no segundo trimestre em relação ao mesmo período de 2004.

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O conselho havia estipulado um percentual de crescimento de 30% para o primeiro trimestre, que depois foi elevado para 45% no segundo trimestre. O CMN ainda não fixou a meta para os terceiro e o quarto trimestres do ano. A expectativa é que essa definição saia ainda neste mês.

Sem mencionar o percentual solicitado, o presidente da Abecip (Associação Brasileira das Entidades de Crédito Imobiliário e Poupança), Décio Tenerello, disse que o setor não está conseguindo atingir um crescimento mensal de 45% frente a 2004.

?O resultado de 2004 foi muito bom. Estamos crescendo em cima de uma base forte. É difícil atingir esse percentual?, disse. Segundo ele, o crescimento de 45% não foi atingido em maio. ?Não temos o fechamento de junho, mas com certeza não conseguiremos.?

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No ano passado, os bancos direcionaram R$ 3,060 bilhões para o financiamento imobiliário. Foi o melhor resultado da década. Para 2005, a Abecip estima que o mercado de crédito imobiliário deva crescer pelo menos 30%, atingindo R$ 4 bilhões.

Sem a fixação desses percentuais de crescimento pelo CMN, os bancos teriam de seguir a legislação que determina a aplicação de 65% dos depósitos da poupança em financiamentos habitacionais. Isso poderia representar a destinação de R$ 12 bilhões neste ano para o financiamento imobiliário, ou seja, quatro vezes mais do que foi direcionado no ano passado para a habitação.

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Tenerello disse que a fixação desses percentuais não foi feita para reduzir o montante de recursos que seriam destinados para a habitação. É que estudos de mercado mostraram que nem construtoras nem consumidores estavam preparados para absorver uma quantidade tão grande de recursos.