Após quatro meses em queda, a parcela dos consumidores que pretendem viajar de avião nas férias voltou a subir. Segundo o coordenador de sondagens conjunturais do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (Ibre/FGV), Aloisio Campelo, subiu de 34,4% para 37,1%, de agosto para setembro a fatia dos consumidores que planejam usar transporte aéreo em suas férias. Para Campelo, o resultado pode representar o início de recuperação do setor aéreo, em crise há cerca de um ano, devido a problemas com acidentes, atrasos, cancelamentos de vôos e paralisações de controladores de tráfego.
Ainda segundo a FGV, também cresceu, de 37,7% para 46,1%, o porcentual de entrevistados que pretendem viajar de automóvel durante as férias. A fundação esclareceu que, do total 2.000 consumidores consultados para cálculo do Índice de Confiança do Consumidor (ICC), 27,1% pretendem viajar de férias.
De acordo com Campelo, houve um crescente avanço na intenção de viajar de avião entre consumidores com menor poder aquisitivo. Entre aqueles inseridos na faixa de renda até R$ 2.100, subiu de 1,8% para 9,1% a parcela dos entrevistados interessados em viajar de férias para fora do País – que tem o avião como transporte principal.
Bens duráveis
A intenção do consumidor em comprar mais bens duráveis também segue forte em setembro, de acordo com o Ibre/FGV. Segundo o coordenador de sondagens conjunturais do Ibre/FGV, Aloisio Campelo, de agosto para este mês, registrou expansão de 15,4% para 18% a parcela dos consumidores interessados em realizar maior patamar de compras de bens duráveis nos próximos meses – o maior nível em 20 meses.
Campelo comentou que o resultado para essa pergunta foi influenciado por fatores sazonais – visto que as compras de bens duráveis são mais aquecidas durante o segundo semestre, devido à proximidade do Natal. Entretanto, considerou que não é a primeira vez que essa resposta apresenta quadro favorável. "A intenção de compra de bens duráveis está avançando favoravelmente por quatro meses seguidos", considerou.
Na análise do economista, isso reflete o cenário favorável desse ano, que apresentou aumento de massa salarial, e crescente oferta de expansão de crédito. Nem mesmo sinalizações de que a oferta de crédito teria chegado ao limite impediram os bons resultados nas projeções de compras de bens duráveis. "O consumidor não parece estar tão endividado ao ponto de parar de comprar", acrescentou.