Só pagamento da dívida faz pressão sobre o câmbio

A proximidade de mais um vencimento de dívida pública cambial foi novamente responsável pela pressão sobre o dólar, que fechou ontem em alta de 1,03%, cotado a R$ 3,905 na compra e R$ 3,91 na venda. O Banco Central tentou por duas vezes renegociar parte da dívida que o US$ 1,1 bilhão que vence amanhã, mas teve de recusar as altas taxas pedidas pelos investidores.

Uma terceira tentativa será feita hoje. As ofertas do mercado podem ser enviadas ao BC entre 11h e 12h. O resultado da operação sai a partir das 12h30m. No dia 1.º, há ainda um vencimento de US$ 1,9 bilhão.Além disso, o fluxo cambial negativo colaborou para a pressão sobre as cotações.

A Bovespa encerrou o pregão viva-voz em alta 1,16%, Índice Bovespa em 9.128 pontos e volume financeiro de R$ 743 milhões, incluindo os R$ 238 milhões do exercício de opções.

Na reta final das eleições presidenciais, pouco se comentou sobre o assunto. Apesar de o dólar continuar rondando os R$ 4,00 e de o clima ainda ser de indefinição, o cenário político foi tema secundário. Em vez de comentar resultados de pesquisas eleitorais, o mercado agora especula em torno de nomes da equipe de um eventual governo petista.

– A única notícia nova foi a do carro-bomba que seria utilizado em um atentado à Bovespa – resumiu um operador.

Outra expectativa do mercado é quanto à reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que hoje e amanhã se reúne para decidir sobre a taxa básica de juros da economia, a Selic. Na semana passada, o comitê realizou reunião extraordinária na qual elevou a taxa básica de 18% para 21% ao ano, gerando polêmica e incertezas no mercado.

Depois de dois dias de altas significativas, as taxas de juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) voltaram a cair. O Depósito Interfinanceiro (DI) de novembro, que projeta os juros de outubro, projetou no último negócio taxa anual de 21,64%, pouco acima da Selic atual. A maioria das apostas agora é de manutenção da taxa nesta semana, com a percepção de que a elevação da semana passada levou em conta apenas a contenção da inflação.

O Risco Brasil continuava registrando discreta melhora. Segundo o Banco JP Morgan Chase, às 15h48m o EMBI+ brasileiro apontava recuo de 0,15% frente ao fechamento de sexta-feira (1.965 pontos), atingindo agora 1.962 pontos.

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