São Paulo – O presidente da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Skaf, projetou ontem, durante entrevista coletiva, que o Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central promoverá um corte na taxa básica de juros, a Selic, de 0,50 ponto percentual na sua próxima reunião, agendada para os dias 5 e 6 de junho. ?Não é que entendamos que seja o corte correto, porque o Brasil tem condições e deveria ter uma baixa maior do que esta. Mas, na banca de apostas, projetamos este corte?, declarou o líder empresarial, após almoço em celebração do Dia da Indústria.
Durante o almoço, em tom descontraído, Skaf disse que, embora gostasse pessoalmente do presidente do BC, Henrique Meirelles, o considerava um ?cabeça dura? por não reduzir de forma mais acelerada a Selic. Na avaliação do presidente da Fiesp, a queda dos juros já está estabelecida e a discussão a ser desenvolvida neste momento é a do ritmo de cortes.
De acordo com Skaf, é ?evidente? que um corte mais acentuado dos juros garantiria uma redução do fluxo de capitais especulativos, trazendo alívio ao câmbio. Ao mesmo tempo, o presidente da Fiesp afirmou ser necessária a adoção de medidas do governo capazes de aliviar o processo de valorização do real ante o dólar, e que apresentou, há alguns dias, uma proposta de doze ?sugestões? ao ministro da Fazenda, Guido Mantega, para reduzir a pressão cambial.
Segundo o diretor do Departamento de Pesquisas e Estudos Econômicos da Fiesp, Paulo Francini, entre as sugestões está a redução do prazo de até 18 meses para que importadores possam quitar débitos com fornecedores internacionais.
