O crescimento das fontes solar e eólica, associado à esperada expansão da capacidade termelétrica a gás natural e à estagnação da fonte hidrelétrica, diante das dificuldades de construção de novas usinas, deve alterar significativamente a operação do Sistema Interligado Nacional (SIN) em 10 a 20 anos. “A estratégia de operação vai ser diversa da de hoje, as térmicas a gás com renováveis farão parte da base e a modulação será feita a partir das hidrelétricas. Será uma mudança substancial na estratégia de operação”, disse o diretor-geral do Operador Nacional do Sistema Elétrico (ONS), Luiz Eduardo Barata, salientando que o operador está se preparando para a mudança.
Segundo Barata, a fonte solar deve alcançar 4 GW de capacidade instalada em 2023 e ter um “crescimento relevante” ao longo da próxima década, representando a base da expansão futura. Ele minimizou o aumento da complexidade que a fonte solar agrega à operação do sistema, tendo em vista sua característica de intermitência da geração. “A fonte solar tem previsibilidade maior que a eólica. É óbvio que a duração (da geração) é menor, mas a previsibilidade é maior e isso para operador é muito importante”, disse o executivo, ao participar da Intersolar South America.
Em outras ocasiões, Barata já havia comentado sobre a maior complexidade que o crescimento da fonte eólica traz para a operação do SIN, tendo em vista não apenas a variabilidade da geração como também a dificuldade de previsibilidade da produção dos parques eólicos.