Sistema integrado para lavoura e pecuária

Brasília (ABr) – A Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa) lançou ontem um sistema de integração sustentável da lavoura e pecuária em propriedades que trabalham com as duas atividades. Os produtores que adotarem a técnica vão aprimorar o cultivo de grãos e a criação de gado na mesma área. O sistema estava em estudo na Embrapa desde 1978. O pesquisador da empresa Luiz Carlos Balbino lembra que o Cerrado foi ocupado com a integração entre a lavoura e a pecuária de uma maneira mais simples do que a proposta agora.

?O produtor tirava o cerrado, plantava até três anos de arroz e, na última semana do arroz, jogava junto a semente de pastagem, para a alimentação do gado?, conta Balbino.

No modelo integrado da Embrapa, apenas uma parte da propriedade é destinada à agricultura e a pecuária. Na área de pastagem degradada pelo gado, planta-se milho ou soja. O rebanho é transferido para outro local e, antes que o solo fique degradado, a pecuária dá lugar novamente à lavoura.

?Com isso, a pastagem se beneficia dos resíduos de fertilizantes que foram usados para a cultura de grãos e terá uma melhor qualidade?, explica o pesquisador da Embrapa.

Segundo ele, a técnica desenvolvida na empresa também prevê a cobertura do solo com palhas, evitando assim a perda de umidade e a sua erosão. As medidas devem estar conjugadas à prática de rotação de cultura, para aumentar o teor da matéria orgânica no solo.

?Essa é a vantagem da integração lavoura e pecuária no plantio direto. Ela diminui o problema de erosão e evita que o solo seja carreado para rios e nascentes?, diz Balbino. De acordo com ele, além de aumentar a produtividade em áreas agricultáveis já abertas, a integração evita a abertura de novas áreas para aumentar a produção, diminuindo o desmatamento.

Financia

Os produtores rurais que quiserem aderir ao novo sistema integrado de produção da lavoura e pecuária terão duas linhas de crédito à sua disposição. Uma do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) e, a outra, do Fundo Constitucional de Financiamento do Centro-Oeste (FCO).

O BNDES financiará até R$ 300 mil ao produtor, num prazo de cinco anos para reembolso, a juros de 8,75% ao ano. A linha está disponível em bancos comerciais de todo o Brasil. 

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