O presidente do Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças), Paulo Butori, comemorou, nesta segunda-feira, a prorrogação, até 31 de dezembro, da alíquota diferenciada do Imposto Sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre veículos. “Fiquei surpreso com a decisão, pois é melhor para o setor do que se o IPI fosse mais alto e deve trazer um leve aumento nas vendas”, disse Butori, durante o IV Fórum da Indústria Automobilística, em São Paulo (SP). “Mas o crédito ainda é restrito”, ponderou.

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Butori afirmou ainda que a prorrogação da regulamentação do Inovar-Auto por mais 60 dias, anunciada nesta segunda-feira, poderia trazer benefícios para o setor de autopeças, como, por exemplo, a regulamentação da rastreabilidade de peças para que seja comprovado o índice de nacionalização obrigatório dos veículos até 2017. “O maior problema hoje são as peças vindas da Argentina, mas avaliamos que isso será resolvido com uma autodeclaração das montadoras de que as peças são brasileiras”, disse.

O presidente do Sindipeças voltou a cobrar a criação de um “Inovar-Peças”, ou seja, um programa de incentivo para o mercado nacional de autopeças, com medidas principalmente de desoneração do setor. Entre elas estaria a elevação do imposto de importação, hoje em 16% para a maioria das peças, mas com uma lista de exceção de mais de 200 produtos que pagam uma alíquota de 2% por não terem similares brasileiros.

“O produtor brasileiro até pretende investir, mas não há segurança jurídica para que isso ocorra e novas peças sejam produzidas”, disse Butori. O setor de autopeças registrou um déficit de US$ 6,5 bilhões no ano passado, o recorde desde que passou a ser deficitário, a partir de 2006. Ainda no ano passado, o setor faturou R$ 81,7 bilhões, queda de 10,5% ante 2011. A previsão do Sindipeças é de alta de 2,7% na receita em 2013, para R$ 83,92 bilhões.

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