Sindimetal não fecha acordo com metalúrgicos

O Sindicato das Indústrias Metalúrgicas, Mecânicas e de Material Elétrico do Paraná (Sindimetal) não assinou o acordo com o Sindicato dos Metalúrgicos da Grande Curitiba proposto pela Delegacia Regional do Trabalho (DRT). Em assembléia realizada ontem de manhã, os empresários concordaram com a antecipação salarial de 11% e a garantia de reposição pelo INPC na data-base, em dezembro. Porém a estabilidade para dirigentes sindicais e a multa de 40% do FGTS para aposentados não foram aceitas pelo sindicato patronal. Diante da negativa, o sindicato dos trabalhadores considerou definitivamente encerradas as negociações com o Sindimetal e continuará tentando acordos individuais com as empresas. Novas paralisações não estão descartadas.

“A necessidade da negociação fora da data-base era a reposição da inflação muito alta do primeiro semestre, que estamos atendendo”, observou o presidente do Sindimetal, Roberto Sotomaior Karam. “Quanto à estabilidade de dirigentes sindicais, o sindicato apresentou uma relação com 100 nomes, dos quais 70 seriam do Sindimetal. A assembléia achou o número muito grande”, argumentou. Em relação à multa do FGTS, ele explicou que a matéria logo deve ser resolvida por lei, por isso não foi acatada.

A diretoria do Sindicato dos Metalúrgicos iria se reunir no início da noite para traçar estratégias da continuidade da campanha salarial emergencial. “Vamos continuar brigando e pleiteando a reposição das perdas dos trabalhadores”, disse o secretário-geral do sindicato, Cláudio Gramm. Segundo ele, o ponto negativo da resposta do Sindimetal foi o não atendimento da questão do FGTS. “As empresas pequenas e caseiras querem prejudicar o pessoal aposentado, enquanto as multinacionais pagam”.

Para o presidente do Sindimetal, o grande receio é a instalação de um estado de greve nas metalúrgicas num momento de pouco serviço. “Isso seria bastante prejudicial, pois corremos o risco de perder clientes”, comentou. “A maioria das empresas do setor produz para entregar dentro de dois a três meses. As que vendiam para agroindústria e montadoras já sabem que tem pela frente meses de pouquíssima venda”.

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